Gilberto Perin expõe na Suíça e em Portugal

Fotógrafo apresenta série na Exposição de Arte Contemporânea da América Latina, em Genebra, e inaugura individual em Lisboa

Gilberto Perin - Ilita Patrício

O artista visual e fotógrafo Gilberto Perin está na Europa para a abertura de duas exposições. Composta de 11 imagens que misturam o conceito de fake fotos, fake news e o paradoxo de René Magritte ('A Traição das Imagens'), a série inédita Fake Photos será exibida em Genebra, na Suíça, a partir desta quarta-feira, 23. Já a série Sem Identificação, que esteve no Margs em 2018, entra em cartaz na A Pequena Galeria, em Lisboa, em Portugal, em 7 de fevereiro.

Perin está entre os 13 artistas convidados para participar da Exposição de Arte Contemporânea da América Latina, no Centro de Artes da Ecole Internationale de Genève - Ecolint. O gaúcho foi chamado após participar, no ano passado, de um projeto em parceria entre o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, sua Associação de Amigos (Aamargs) e a escola da Unesco. Além dele, outros dois artistas gaúchos que participaram do projeto também terão seus trabalhos expostos: o artista plástico Britto Velho e o fotógrafo Nilton Santolin.

Fake Photos é seu trabalho mais recente, por meio do qual o artista traduz suas inquietações sobre a autenticidade e a veracidade das imagens produzidas. Ele também busca fazer uma reflexão sobre o atual momento político no Brasil e suas relações com as fake news, ou seja, ao carimbar as imagens com as palavras 'Fake Photos', Perin nega tudo aquilo que apresenta. "A relação das minhas fotografias com essa temática me fez pensar sobre as notícias falsas e, no meu caso específico como fotógrafo, nas falsas imagens", analisa e questiona: "O que é arte contemporânea? A fotografia pode ser vista como arte? Os carimbos chamam a atenção sobre se o que vemos na realidade é somente uma imagem ou é aquilo que queremos ver".

A série Sem Identificação, por sua vez, é uma crítica irônica e reflexiva do momento atual. Junto aos modelos que posaram nus, o fotógrafo produziu imagens icônicas, inspiradas em obras de arte conhecidas, e outras que surgiram espontaneamente no momento do ensaio fotográfico. Nas 25 imagens que compõem o trabalho, os corpos aparecem sem cabeças. "A falta da cabeça e a ausência do olhar causam certo estranhamento e passam a significar uma identidade perdida, levando-se em conta que a cabeça é o centro de tudo: das emoções até a decisão da nossa vida ou morte", explica.

Natural de Guaporé, Perin vive e trabalha em Porto Alegre e é formado em Comunicação Social pela PUC. É fotógrafo, diretor de cena e roteirista e assina dois livros, 'Camisa Brasileira' (2011) e 'Fotografias para Imaginar' (2015). Participa também de exposições coletivas, como 'Queermuseu', 'A Fonte de Duchamp, 100 Anos de Arte Contemporânea', 'Objectif Sport', 'Manifesto: Poder, Desejo, Intervenção', entre outras.

Comentários