"Foi um risco direto contra a minha vida", disse o repórter Trezzi

Jornalista falou a Coletiva.net sobre o episódio em que foi ferido no Egito

"Já tinha passado por riscos parecidos na Colômbia, na Guerra Civil de Angola, em confrontos da polícia contra traficantes no Rio de Janeiro, mas, em nenhum desses casos, tive um risco direto contra a minha vida", comentou a Coletiva.net o repórter de Zero Hora, Humberto Trezzi. O jornalista refere-se ao episódio em que sofreu um acidente na cidade de Ras Lanuf, no Egito, enquanto fazia cobertura jornalística dos conflitos que ocorrem no mundo árabe.
Segundo Trezzi, o risco real só foi percebido por ele e os colegas jornalistas que seguiam no mesmo carro, quando os guerrilheiros começaram a bater em retirada. "Vimos eles fugindo e decidimos fugir também", explicou. Foi neste momento que o automóvel onde estavam colidiu com uma van, que esquivava-se de uma bomba. O resultado do acidente, para Trezzi, foi um "olho guenzo" e algumas escoriações na testa e no braço. Mesmo machucado, ele diz que informou à redação de ZH que poderia continuar na cobertura. Mas a decisão do jornal foi de que ele deveria voltar e cuidar de sua saúde.
Para o repórter, o aprendizado que ficou do episódio "é que é preciso saber identificar o momento de parar". Segundo ele, os jornalistas estavam muito na linha de frente, e era preciso mais cautela. "É meio difícil entender até onde ir", explicou, ressaltando que ao ver os colegas seguirem atrás de informação, a tendência é ir atrás. O jornalista italiano, que também se feriu na colisão dos veículos, já está em seu país e recupera-se bem. Sobre a possibilidade de Zero Hora enviar outro repórter para seguir com a cobertura, ele disse que nada foi decidido ainda, e acrescentou que a situação para os profissionais de imprensa lá não é nada boa: "Nós somos chamados de cães pelo Kadafi". 
Sobre a nota divulgada no início da tarde em Coletiva.net, a assessoria de imprensa do Grupo RBS informou que "houve um mal entendido". Segundo o esclarecimento, nem a RBS nem a Zero Hora proibiram Trezzi de falar. Foi apenas uma decisão do repórter de não antecipar detalhes da matéria que será publicada no domingo, 20 em ZH.

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