ARI examina ações de censura judicial

Entidade prepara documento sobre o tema e sobre a criação do conselho de comunicação

No primeiro encontro do ano, realizado nesta quinta-feira, 31, o Conselho Deliberativo da Associação Riograndense de Imprensa (ARI) examinou a ocorrência de ações judiciais para impedir publicações em jornais e revistas. Recentemente, a revista Caras foi proibida de publicar carta deixada pela atriz Cibele Dorsa, que cometeu suicídio no último dia 26 de março. A proibição resultou na determinação judicial, a pedido de Álvaro Affonso de Mirando Neto, o Doda, ex-marido da atriz. "Não há sinais de ações de censura por parte do Executivo, mas isto tem ocorrido com insistência por parte do Judiciário", disse ao Coletiva.net o presidente da ARI, Ercy Torma, salientando que jornais também têm sido atingidos por expedientes semelhantes.
A chamada censura judicial preocupa outras entidades de representação da imprensa, como Associação Nacional de Jornais (ANJ), e é alvo de atenção de instituições internacionais de defesa de jornalistas. O fenômeno caracteriza iniciativas para calar veículos de comunicação na América do Sul.
De acordo com Ercy, o Conselho Deliberativo decidiu produzir um documento da ARI contemplando o assunto. O documento também deverá avaliar a proposta de criação de conselhos de comunicação nos Estados. No Rio Grande do Sul, a sugestão tem apoio da direção do Sindicato dos Jornalistas e do Palácio Piratini. Ercy salienta que a proposta não está clara. "Há o temor de que estejam forçando a barra para estimular a criação de um conselho nacional por meio de organismos regionais", afirma. A implantação de um órgão nacional foi tentada sem sucesso pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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