Cenário multimídia e fim do impresso pautam conferências da SIP

Diretora de redação de Zero Hora, Marta Gleich esteve entre os palestrantes do quarto dia da Assembleia Geral

Aberta oficialmente na noite desta segunda-feira, 15, a 68º Assembleia Geral da SIP - Sociedade Interamericana de Imprensa contou com a presença de autoridades como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab. Esse, que foi o quarto dia do evento, foi marcado por discussões sobre liberdade de expressão e direito à informação, novo modelo das empresas jornalísticas, influência das mulheres nas redações e nos negócios, além do perfil e formação do jornalista no cenário multimídia.
A programação foi aberta pela diretora de redação do Valor Econômico, Vera Brandimarte, e pela diretora-executiva da Infoglobo, Sandra Sanches, que falaram sobre as conquistas das mulheres nas redações. "Ainda vivemos uma evolução, com o movimento de migrar das redações para os negócios das empresas jornalísticas", afirmou Sandra. Para Vera Brandimarte, "as redações são muito abertas à diversidade e não existe mais 'guerra dos sexos'".
No workshop 'Perfil e formação do jornalista no cenário multimídia', a diretora de redação de Zero Hora, Marta Gleich, abordou o planejamento da produção de conteúdo nesse novo cenário, que se tornou mais complexo, com deadlines diferentes. "O editor tem que ser o guardião da qualidade e credibilidade da marca e, ao mesmo tempo, pensar nas formas de extrair o melhor de cada plataforma", defendeu. Também ministrante do workshop, Sandra Gonçalves, da Gazeta do Povo, afirmou que "estamos disputando tempo e atenção da audiência". Já Carlos Jornet, do La Voz del Interior, da Argentina, ressaltou a importância do jornalista ser humilde. "Podemos aprender a usar a novas plataformas, mas temos que saber ouvir e dialogar, deixando de lado a comunicação unilateral", explicou.
Com o tema 'Um novo modelo de empresas jornalísticas?', o analista e jornalista da Califórnia Ken Doctor defendeu que o impresso está chegando ao fim. "Calculo que até 2015 o digital será o padrão". Ele lembrou ainda que os editores estão buscando leitores que paguem pelo conteúdo oferecido, para gerar receita além da publicidade. "É possível cobrar mais, se houver qualidade no material produzido e conteúdo único e aprofundado, preço 'inteligente' e uma boa experiência móvel que conquistem o cliente fiel", concluiu. A afirmação da internet como futuro do jornalismo também foi defendida pelo editor do The New York Times, Arthur Sulzberger Jr. "O futuro do jornalismo está na web, nos celulares e em outras plataformas que ainda serão inventadas".
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