Entidades seguem repudiando censura à revista Crusoé

Fenaj e Sindijors, Fenaert e SindiRádio se dizem contrários à decisão do STF ao mandar retirar matéria do ar

Entidades repudiam decisão de censura do STF - Reprodução

Após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mandar que a revista Crusoé e o site O Antagonista retirassem do ar as notícias que revelavam a suposta relação entre o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, e a empreiteira Odebrecht, entidades da Comunicação se manifestam. Desta vez, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors), a Federação Nacional das Emissoras de Rádio e TV (Fenaert) e o Sindicato das Empresas de Rádio e TV do Rio Grande do Sul (SindiRádio) se manifestaram.

Fenaj e Sindjors assinam a mesma nota, na qual dizem "não aceitar que a Suprema Corte adote uma posição arbitrária e antidemocrática, que contraria não só direitos inscritos na Constituição Federal, como também em tratados internacionais dos quais o país é signatário". As entidades ainda reforçam que no caso da reportagem conter abusos, os autores da censura poderiam recorrer à Justiça, fazendo com que os veículos citados fossem até mesmo condenados.

A Fenaert, por sua vez, considera inaceitável ação do STF, repudiando assim esta prática, "vinda de um órgão que deveria prezar pela constituição e pela democracia". Em nota, a federação registra que acusar de fake news conteúdo gerado por jornalistas a partir de documentos e relatos de fontes oficiais é um ato gravíssimo. "A entidade reforça as mensagens de repúdio de associações empresariais e de trabalhadores e de demais entidades ligadas à imprensa e discorda totalmente da atitude tomada, que reflete uma posição de cerceamento à liberdade de imprensa e expressão jornalística", registra.

No caso do SindiRádio, além de repudiar a decisão do STF, escreve em seu documento que este é um tema que necessita de permanente vigília há mais de 30 anos, quando se conquistou o pleno estado democrático de direito. Registra ainda que, sob qualquer condição, não aceitará "esta prática detestável, sob a imposição de um órgão que tem como atribuição precípua honrar a constituição e a liberdade de informação jornalística a qualquer veículo de comunicação social". O sindicato se diz ansioso, aguardando reparo imediato do STF.

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