Fenaj alerta que intervenções da Justiça estão mais recorrentes

A entidade está preocupada com as freqüentes quebras de sigilo a telefones de jornais

A ANJ (Associação Nacional de Jornais), em nota assinada pelo vice-presidente, Júlio César Mesquita, manifestou ontem "profunda preocupação" com a quebra, pela Polícia Federal, do sigilo de dois telefones do jornal Folha de S. Paulo, em meio às investigações sobre a compra de suposto dossiê contra o PSDB por petistas. "Nunca é demais lembrar que o sigilo da fonte é parte essencial do livre exercício do jornalismo, conforme determina a Constituição", diz a nota.


O secretário-geral da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Celso Schröder, reafirmou hoje a Coletiva.net que o direito à livre expressão e o sigilo da fonte são garantias constitucionais. "As relações com as fontes geralmente são muita delicadas e quando há ameaça de quebra de sigilo ficam ainda mais frágeis", comentou. O secretário falou ainda que a entidade está preocupada com os recorrentes casos em que a Justiça é utilizada para investigar jornais e profissionais de imprensa: "O jornalista não está acima da lei e deve respeitar as decisões judiciais, mas está havendo um abuso", alertou.


Sobre a explicação dada pela PF de que não saberia que os telefones seriam da Folha, Schröder ironiza: "A Polícia estaria errada em investigar números sem saber a quem pertencem e também estaria errada por investigar esses telefones, sabendo que eram de um jornal", disse. Ele lembrou outro caso, ocorrido no Espírito Santo, em que telefones de um jornal foram grampeados a mando da Justiça. "Também alegaram não saber que se tratava de um órgão de imprensa. É preocupante. Isso está ficando corriqueiro no Brasil", completou.

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