Imprensa é impedida de cobrir ocupação da Câmara

Apenas emissoras públicas estariam autorizadas por manifestantes a entrar na Casa

Profissionais da imprensa foram novamente impedidos de acompanhar a ocupação na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, nesta quinta-feira, 11. Após o episódio de expulsão de jornalistas do Grupo RBS, colaboradores de outros grupos de comunicação também tiveram seu trabalho prejudicado. O cinegrafista da Band TV Cristiano Melo, que foi proibido de fazer imagens; a repórter do Correio do Povo Fernanda Pugliero, obrigada a se retirar; e a repórter da Rádio Guaíba Samantha Klein, que não pôde entrar na Câmara, são alguns casos. De acordo com a Fundação Piratini, apenas a TVE e a FM Cultura foram autorizadas pelos manifestantes a acompanhar a ocupação.
O assunto foi repercutido pela repórter fotográfica Adriana Franciosi, no artigo 'Não dá para calar', publicado hoje por Zero Hora e reproduzido nesta edição de Coletiva.net. A jornalista relembra episódios vividos na ditadura e conta que nesta semana viu uma colega chorar ao ser hostilizada por manifestantes. "Quarta, não foi a RBS que chorou. Foi uma jovem repórter, que fez faculdade com bolsa e deu duro para se manter em Porto Alegre, que estava lá para reportar (ato que é descrever como foi o episódio e como se comportaram manifestantes, vereadores, policiais e todos os envolvidos). Ela estava lá para testemunhar as atitudes de cada grupo. A isso chamamos reportagem."
Desde a tarde de quarta-feira, 10, manifestantes ligados ao Bloco de Lutas pelo Transporte Público e a movimentos sociais ocupam o plenário da Casa. O grupo promete permanecer no local até seja atendida sua pauta de reivindicações, que inclui o passe livre universal e a apresentação de planilhas de custos das empresas de ônibus à população.
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