Tambor da Aldeia divulga relatório sobre atentados à mídia em 2010

Números divulgados pela ONG Repórteres sem Fronteira registram 57 mortes no último ano

O Boletim Eletrônico da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), Tambor da Aldeia, destaca esta semana o levantamento divulgado pela ONG Repórteres sem Fronteira dos atentados à mídia em 2010, a agressão sofrida pelo repórter da RBS TV em Santa Catarina e o envolvimento de uma jornalista paranaense com criminosos. O conteúdo, que tem pesquisa e edição de Vilson Antonio Romero, apresenta ainda informações sobre a manifestação do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sobre o novo marco regulatório para a mídia eletrônica.
A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou recentemente um levantamento sobre os atentados à mídia em 2010. No período, foram 57 jornalistas mortos, 51 sequestrados, 535 presos, 1.374 agredidos ou ameaçados, 504 casos de censura na mídia, 127 jornalistas que tiveram que deixar seus países, 152 blogueiros detidos e 52 agredidos, além de 62 países afetados pela censura na internet. Quase 30% dos crimes ocorreram em nações africanas - Angola, Camarões, República Democrática do Congo, Nigéria, Ruanda, Somália e Uganda.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que o novo marco regulatório para a mídia eletrônica ainda deve ser objeto de consulta pública, pois alguns pontos da proposta, como a criação de uma agência reguladora, permanecem indefinidos. O ministro declarou que é preciso haver debate público sobre o tema para evitar interpretações equivocadas. A proposta de criação de uma agência reguladora para a mídia foi elaborada pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) Franklin Martins.
No Brasil, o repórter Francis Silvy, da RBS TV de Santa Catarina, foi agredido a socos quando investigava uma denúncia do Ministério Público (MP) contra empresários da cidade no Vale do Itajaí. A equipe de reportagem gravava no estacionamento do shopping atacadista Vitória Régia, quando o dono do imóvel, Vilmar Gaio, seu filho Diego e um segurança tentaram impedir a cobertura. O filho do empresário atingiu o repórter com socos e o segurança tentou intimidar a equipe com uma pistola. A reportagem apurava denúncias do MP sobre boicote a um shopping atacadista de Brusque por cinco empresários da cidade.
Em Campo Mourão, interior do Paraná, a repórter Maritânia Forlin foi presa acusada de trocar favores com criminosos. Ela relatava o que sabia sobre operações policiais e recebia informações sobre crimes para conseguir reportagens exclusivas, como mostraram gravações telefônicas feitas em outubro com autorização da Justiça. Maritânia trabalhava como repórter da Ric - Rede de Independência de Comunicação, afiliada da Rede Record no Paraná. Procurada, a emissora não se manifestou.
Essas e outras notícias você confere no Tambor da Aldeia. A ARI disponibiliza o correio eletrônico [email protected] aos profissionais e estudantes da comunicação social para denúncias envolvendo atentados ao livre exercício da profissão de jornalista. O programa Conversa de Jornalista, transmitido aos sábados pela Rádio da Universidade AM 1080 Mhz, de Porto Alegre, apresenta a resenha semanal das ocorrências nacionais e internacionais sobre liberdade de imprensa e expressão. 

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