Um novo golpe envolvendo provedores de internet e empresa de telefonia já afetou pelo menos 459 porto-alegrenses. Trata-se do chamado "estelionato mercadológico", que vem sendo praticado pela empresa Oi, por funcionários da UOL S.A. e outros provedores de conteúdo. Segundo informações do Procon Porto Alegre, a denúncia teve origem em Mato Grosso do Sul, pelo Ministério Público Federal local. O órgão constatou o compartilhamento de informações pessoais de consumidores da Oi Velox - serviços de comunicação multimídia, que tem aproximadamente 6 milhões de usuários no País -, induzindo os clientes a contratarem serviços de internet.
Na prática, funcionava da seguinte forma: depois que a Oi vazava informações para os provedores de conteúdo, empregados do portal Terra ou UOL se faziam passar por funcionários da Oi, levando os consumidores a contratar seus serviços de internet. O cidadão só percebia a fraude quando recebia o boleto de cobrança em nome de outra empresa. O MPF solicitou em 17 de julho à Oi a interrupção do fornecimento de informações dos dados dos consumidores a terceiros como os provedores de conteúdo UOL S.A. e Terra Networks S.A., sob pena de multa diária de R$ 5 mil. A transmissão se dava por meio do livre acesso ao banco de dados da Oi ou envio das informações. 
Suspeita-se que o vazamento de dados venha sendo realizado pela Oi desde, pelo menos, 2012. Na avaliação do MPF, trata-se de uma "máfia da informação privilegiada na qual a Oi desempenha a função primordial do vazamento de dados pessoais de sua clientela em vez de zelar pelo sigilo dos mesmos". Diretora executiva do Procon Porto Alegre, Flávia do Canto Pereira, adverte: "O Procon está alertando os consumidores para que jamais aceitem oferta de produto ou serviço sem a leitura prévia do contrato fornecido pela operadora", destaca.
O Procon Porto Alegre, órgão da Secretaria Municipal de Produção, Indústria e Comércio (Smic), recebe denúncias em sua sede na Rua dos Andradas, 686, das 9h às 16h, ou pelo telefone (51) 3289-1774.