YouTube alega retirar conteúdos impróprios do ar 24 horas por dia

Bloqueio ao portal é ridicularizado por sites estrangeiros e deve ser aderido por Telefónica e Embratel

O portal de vídeos YouTube afirmou que retira os arquivos com a modelo Daniela Cicarelli e seu namorado em cenas de sexo numa praia espanhola do ar diariamente, não apenas para respeitar decisão da justiça brasileira, mas porque os vídeos violam a política de uso do site. "O vídeo já havia sido removido, mas foi publicado de novo recentemente. Notamos isso por conta da imprensa e de usuários que denunciaram o conteúdo e essas cópias são removidas imediatamente", disse Jaime Schopflin, porta-voz do YouTube, à BBC Brasil. Segundo ele, são publicados diariamente cerca de 65 mil vídeos no site: "Temos pessoas removendo arquivos impróprios 24 horas por dia".


Na semana passada, o juiz Enio Santarelli Zuliani, do Tribunal de Justiça de São Paulo, atendendo a pedido dos advogados de Tato Malzoni, namorado de Cicarelli, exigiu que o vídeo fosse removido do YouTube. Porém, o texto foi interpretado pelos advogados, imprensa e provedores de internet como uma ordem para retirar todo o portal do ar, o que foi prontamente atendido pela Brasil Telecom, impedindo mais de 5 milhões de usuários de acessar o site. O bloqueio gerou uma onda de protestos. Blogueiros e colunistas reagiram com ironia e internautas republicaram o vídeo em diversos outros sites, onde ainda é facilmente encontrado, inclusive na página de vídeos do Google, empresa proprietária do YouTube.


A censura gerou protestos em todo mundo. O empresário e escritor americano Peter Rost, que tem um blog sobre Política, ironizou Cicarelli e Tato: "No final o que essa história prova é isso: não seja pego com algas no seu calção de banho. E se for pego, tente achar um advogado para banir o YouTube em todo o país", escreve. No site InformationWeek, sobre notícias de Economia e Tecnologia, o colunista Mitch Wagner critica o casal por protagonizar a cena picante em público e depois tentar bloquear as imagens na Justiça: "Se você não quer que multidões vejam você fazendo sexo, por que você faria isso na praia com outras pessoas por perto?", questionou.


Agora, Telefónica e Embratel também se preparam para cumprir a ordem judicial. A Telefónica informou que está tomando as providências técnicas para bloquear o acesso. Não há ainda informações de quantos usuários serão afetados. Já a Embratel afirmou que está analisando o teor da decisão judicial para tomar as providências, já que o texto gera interpretações dúbias. Segundo o site IDG Now, o ofício enviado pela Justiça às operadoras ordena que os provedores bloqueiem "o site www.youtube.com, da co-ré YouTube Inc., aos internautas brasileiros".

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