Artistas entram despercebidos no Palácio e protestam contra fim da Fundação Piratini

Chamada de 'Cavalo de Troia da Cultura', iniciativa ocorreu ao mesmo tempo em que outros manifestantes estavam na Praça da Matriz

Artistas que integram o coral Vozes do Laranjal

Cerca de 20 artistas entraram despercebidos no Palácio Piratini, nesta semana, onde protestaram contra o fim da TVE e da FM Cultura, em uma ação chamada de 'Cavalo de Troia da Cultura'. O protesto recebeu esta denominação pois aconteceu ao mesmo tempo em que outras pessoas manifestavam em frente ao Executivo, na Praça da Matriz, para onde estavam todas as atenções dos membros do Choque da Brigada Militar. Enquanto eles se preocupavam em conter as manifestações, o grupo já estava dentro da sede do poder estadual.

No interior do palácio, enquanto os membros do coral Vozes do Laranjal realizavam uma visita guiada, eles pediram licença para cantar. Com gaita, percussão e bocca chiusa - técnica de aquecimento vocal - os artistas tocaram Negrinho de Pastoreio e leram um manifesto contra a extinção das fundações estaduais, em especial da Piratini.

O governador José Ivo Sartori não estava no palácio durante o protesto. Depois, a segurança do local pediu ao grupo que deixasse o espaço. Dentre os artistas que participaram estavam Angelo Primon, Cristiano Morales, Deborah Finocchiaro, Elinka Matusiak, Fruet, Gelson Oliveira, Ismael Oliveira, João Guarani, Leandro Maia, Mário Pirata, Oly Jr., Rafa Cambará, Richard Serraria e Simone Rasslan.  

Após o ato, os artistas se dirigiram à FM Cultura, onde leram o mesmo manifesto ao vivo durante o programa Cultura na Mesa. A iniciativa foi condenada pelo presidente da fundação, Orestes de Andrade Jr., que chamou o ato de desrespeitoso. "Em nenhum momento eles informaram à direção da rádio de que fariam um protesto no ar. Foi um insulto contra mim e contra a instituição", falou ao Coletiva.net.

Em seu perfil do Facebook, o artista Oly Jr., que participou do ato, escreveu que o grupo adentrou o Palácio Piratini para o que chamou de ocupação simbólica: "Resistência cultural a mais uma injustiça com o povo gaúcho. Não silenciarão, e jamais intimidarão a inteligência das artes".

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