Após demissão da RBS, Luciano Costa recorre à Polícia Civil para investigar áudios

Em nota, advogados que representam o comunicador defendem que ele é a maior vítima do vazamento ocorrido em agosto

Luciano Costa - Reprodução

Luciano Costa, juntamente com Arthur Gubert, foi demitido do Grupo RBS em agosto deste ano, no desenrolar do caso dos áudios vazados de uma conversa entre eles. Agora, o comunicador, que era gerente de Programação e Operação das rádios de Entretenimento da empresa midiática, através de nota emitida pelo Beckenkamp Soluções Jurídicas, escritório de advocacia que o representa, afirma que buscará as devidas reparações pelo seu desligamento. Isso se dará registrando um Boletim de Ocorrência para que a Polícia Civil investigue o vazamento, considerado por seus advogados como "ilícito".

O documento destaca que as conversas foram editadas antes de serem divulgadas ao público, que Costa foi a maior vítima do caso e que "todas as tentativas de composição do grave assunto junto à empresa restaram infrutíferas". Ainda consta na nota que "a promessa de investigação interna não foi traduzida em resultados satisfatórios e o Grupo RBS segue com sua postura de culpar o Sr. Luciano Costa pelo que foi dito no áudio, expressada na sua demissão".

Assim, segundo o comunicado, "não havia outro caminho a ser trilhado, que não o registro de um Boletim de Ocorrência, o que foi efetuado na data de ontem [quinta-feira, 26]. Em decorrência dos crimes cometidos contra o nosso cliente, dentro do Grupo RBS, em abril de 2018 (data da interceptação ambiental ilícita), será instaurado um Inquérito Policial para investigação dos fatos, indicação de suspeitos e posterior remessa das conclusões à Justiça Pública".

O Beckenkamp Soluções Jurídicas destaca ainda que a existência da gravação foi informada a Luciano Costa em janeiro de 2019 - nove meses após a captação. É ressaltado que, diante da "gravidade do ocorrido, imediatamente nosso cliente levou tal informação ao Diretor-Executivo de Marketing das rádios do Grupo [Marcelo Leite], seu superior hierárquico". Além disso, registram que, uma semana após seu afastamento, Luciano foi demitido sob o argumento de não existir mais condições de mantê-lo, "mesmo após quase 25 anos de dedicação exclusiva".

Ainda de acordo com o documento, o fato de Luciano ter sido apontado como "culpado de crimes dos quais foi vítima, perder o emprego que mantinha há mais de duas décadas (através de muito empenho e muitas renúncias), ter sua vida profissional abalada, ter sua reputação no mercado posta em dúvida e ser ameaçado de morte em redes sociais são questões que não poderão mais ser ignoradas". Por conta disso, a equipe jurídica que acompanha Costa, a partir da nota de esclarecimento, manifestou que as medidas judiciais cabíveis nas esferas concernentes serão o "passo natural rumo à obtenção dos direitos e reparações do seu cliente".

Procurado por Coletiva.net, o Grupo RBS não se manifestará sobre a situação. A nota completa emitida pela Beckenkamp Soluções Jurídicas pode ser conferida aqui.

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