Ato pela Volta do Diploma não mobilizou jornalistas gaúchos

Chefes de redação acreditam que iniciativa não foi bem divulgada

Nesta quinta-feira, 17, data em que se completa um ano da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão de jornalista, 40 pessoas entre profissionais e estudantes participaram de manifestação no centro de Passo Fundo. O protesto durou cerca de duas horas e marcou as manifestações no Estado. "Para um recomeço de luta, foi um número razoável de manifestantes", disse a Coletiva.net o segundo vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, Jorge Correa. 
Desde segunda-feira, 14, o sindicato chama os profissionais diplomados e estudantes de jornalismo para se engajarem na manifestação, denominada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) como 'Ato Público pela Volta do Diploma'. Além da ação em Passo Fundo, o sindicato pediu aos profissionais que usassem preto nesta quinta-feira e fizessem 40 minutos de silêncio, em alusão aos 40 anos da regulamentação da profissão.
Nos principais jornais da Capital, porém, nada aconteceu. "No Jornal do Comércio foi um dia normal", disse Pedro Maciel, editor-chefe do veículo, ressaltando que as ações do Sindicato dos Jornalistas não têm tido força junto à categoria. Na redação do Correio do Povo, cerca de seis pessoas vestiam preto, mas somente uma em função do protesto. "Em geral me mobilizo para apoiar as ações do sindicato, mas desta vez foi mal divulgado", disse a editora-chefe, Jurema Josefa, destacando que desconhecia a ação. O mesmo informou Elton Primaz, chefe de redação do jornal O Sul. "Não estava sabendo de nada, o sindicato não fez contato com a redação do jornal". Conforme informou a assessoria de imprensa do grupo RBS, nos jornais Zero Hora, Diário Gaúcho, Diário de Santa Maria e Pioneiro, também não ocorreram manifestações.
No Rio de Janeiro, cerca de 100 pessoas compareceram à manifestação em frente Associação Brasileira de Imprensa (ABI). A cidade foi escolhida para ser a sede dos protestos, que acontecem no país inteiro. Simultaneamente à manifestação, ocorreu uma reunião dos parlamentares que compõem a Comissão Especial pela Proposta de Emenda Constitucional pela Volta do Diploma. Os deputados Hugo Leal (PSC-RJ), relator da PEC, Arolde de Oliveira (DEM-RJ) e Chico Alencar (Psol-RJ), foram recebidos pelo presidente da ABI, Maurício Azedo.
A reunião também contou com a presença de representantes do Sindicato dos Jornalistas do Município e do estado do Rio de Janeiro, além de Sérgio Andrade, presidente da Fenaj. "A reunião foi além das minhas expectativas. Espero que o relator tenha recolhido informações suficientes para sustentar seus argumentos para a apresentação da PEC", ressaltou Andrade à Coletiva.net.
A Comissão Especial que analisa na Câmara dos Deputados a PEC dos Jornalistas reúne-se no dia 30 de junho. Para ser aprovada, a proposta de emenda constitucional 386, que restabelece a exigência de formação superior específica para o jornalista, precisa ser aprovada em dois turnos tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal.
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