Carlos Wagner se prepara para deixar Zero Hora

Após 31 anos no jornal, ele se aposentará do cargo de repórter especial

Um dos 10 mais premiados jornalistas brasileiros, Carlos Wagner prepara-se para encerrar um ciclo em Zero Hora, iniciado em 11 de março de 1983. Aos 64 anos, dedicou quase metade da vida ao trabalho na redação e, no próximo dia 23, aposenta-se do cargo de repórter especial do jornal, sem a pretensão de deixar o Jornalismo.
Ao Coletiva.net, Wagner explicou que, ao colocar "a régua da vida na mesa", avaliou que tem muitos projetos que, por comprometimento com o jornal, ainda não conseguiu realizar. "Tenho três livros em andamento, quero dar palestras, quero dar aulas, quero ensinar o que mais sei fazer, que é apuração. Depois, vou me associar a uma rádio no Interior", contou, acrescentando que, antes, pretende passar quatro meses de "barriga para cima".
Wagner fez questão de deixar claro que sua saída acontece de forma tranquila. Ressalta que não tem reclamações a fazer, seja com relação à remuneração ou ao espaço destinado a seus trabalhos no veículo. "Zero Hora sempre valorizou minhas ideias. Tenho dois livros publicados que foram investimentos do jornal", lembrou. Também citou o momento de redução de recursos e enxugamento de equipe pelo qual passa a imprensa, e considerou que esta pode ser uma boa oportunidade para, "pela primeira vez, trabalhar para o Carlos Wagner".
A possibilidade de voltar a escrever para o jornal, porém como pessoa jurídica (PJ), segundo ele, existe, mas a ideia central está em concretizar alguns projetos fora da redação de ZH. "Tenho mil projetos e quero ver se sou capaz de realizar esses sonhos fora do jornal", conclui.
No último levantamento do informativo Jornalistas&Cia, Wagner foi apontado como o quarto jornalista mais premiado de todos os tempos. No currículo, constam prêmios como ARI de Jornalismo, Direitos Humanos, Imprensa Embratel, ABM de Jornalismo, Setcergs, entre outros. 
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