Estudo aponta baixa de credibilidade no Jornalismo em 2019

Análise foi feita por projeto realizado em parceria entre o Farol Jornalismo e a Abraji pelo terceiro ano consecutivo

Projeto é uma parceria entre Farol Jornalismo e Abraji

O jornalismo, a credibilidade das notícias e a função mediadora da profissão estão em risco, conforme conclui o projeto que aponta os rumos do jornalismo brasileiro para o ano que se aproxima. O especial intitulado 'O jornalismo no Brasil em 2019' (jornalismonobrasilem2019.com) reúne 10 artigos sobre assuntos relacionados à colaboração, à diversidade e ao reencontro com a audiência e está disponível de forma gratuita. O conteúdo é resultado de uma parceria entre o Farol Jornalismo e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) pelo terceiro ano consecutivo e tem como editor o professor Moreno Osório.  

O estudo registra que o cenário se deve à polarização da política nacional e, em especial, na eleição de 2018, a qual permitiu que políticos apresentassem suas 'próprias verdades', e, na maioria das vezes, tudo prescindindo do Jornalismo. A questão, agora, é saber como fazer com que as pessoas sigam acreditando no trabalho da imprensa e, também, na sua importância. A pergunta foi abordada por 10 autores convidados, que, em seus textos, projetaram o ano que vem no que se refere ao assunto.

De acordo com os escritores, há uma forte tendência para a colaboração, a exemplo do Projeto Comprova, que reuniu 24 veículos para verificar notícias sem autoria referente às eleições de 2018. O editor da iniciativa, Sérgio Lüdtke, entretanto, acredita que, além de produzir conteúdo de qualidade, é importante fiscalizar políticas públicas e ativistas digitais de maneira transparente.

Entre os artigos reunidos, está o da jornalista e pesquisadora gaúcha Sílvia Lisboa, que defende que não basta um veículo dizer que tem credibilidade, é preciso que a audiência perceba e aceite isso. A também jornalista Taís Seibt, que encabeça o projeto Filtro Fact-Checking, sugere a adoção de iniciativas que conversem melhor com os ambientes nos quais os brasileiros costumam se informar, incluindo redes sociais e WhatsApp.

Outro caminho apontado para o jornalismo no Brasil no próximo ano é a diversidade como forma de garantir a pluralidade nas coberturas, seguindo exemplos como as redações dos jornais El País e New York Times, que contam com editores de gênero.

Confira a seguir todos os textos do especial:

Texto de apresentação:

Jornalismo enfrentará agravamento da desintermediação e credibilidade em baixa

Textos dos autores convidados:

Desintermediação desafiará jornalismo político na defesa do interesse público

Jornalismo na Amazônia precisa combater subserviência que normatiza devastação

O jornalismo precisa ser mais transparente para recuperar a credibilidade

Nas periferias, jornalismo precisará rever estratégias para acolher seu público

Combate à desinformação exigirá jornalismo mais transparente e atento a ativistas e plataformas digitais

Carente de inovações, jornalismo local precisa se modernizar para sobreviver

Em 2019, o fact-checking vai precisar se "abrasileirar" para seguir relevante

Para garantir jornalismo plural, abordagem de gênero precisará de estratégias claras

Após surgir como diferencial, colaboração no jornalismo deve se fortalecer em 2019

É hora de mudar a experiência do usuário e repensar os negócios usando dados

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