Folha tem equipamento apreendido ao fotografar Lula

Profissionais que tentavam registrar férias do ex-presidente foram acusados de invadir área militar

Jornalistas da Folha de S.Paulo, que faziam a cobertura das férias do ex-presidente Lula em Guarujá, litoral sul de São Paulo, foram abordados nesta quarta-feira, 5, por um barco com homens a serviço da Presidência. O repórter Fernando Gallo e o repórter-fotográfico Moacyr Lopes Junior tiveram equipamento fotográfico e celular apreendidos, informou o jornal na edição desta quinta-feira, 6. O ex-presidente está desde terça-feira, 4, com a família no Forte dos Andradas, base do Exército no litoral Sul de São Paulo.
De acordo com o jornal, Lula e família se hospedaram no forte a convite do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O jornal diz ter alugado um barco e, à distância e em mar aberto, tirou fotos da praia frequentada pelo petista. "Um dos seguranças se apresentou como agente Mizael e disse que a reportagem teria invadido área militar. Sem mostrar documento, Mizael e dois homens -identificados como sargento Frederico, do Exército, e agente Rodrigues- apreenderam o equipamento e levaram para o Forte dos Andradas", diz o texto da reportagem.
Conforme a Folha de S.Paulo, Mizael teria ainda ameaçado a equipe e que poderia "complicar a vida" dos jornalistas em futuras coberturas: "Sabe que nós fazemos a segurança do chefe, e o chefe não gosta de ser incomodado quando ele está descansando". O Departamento Jurídico do jornal classificou os atos como arbitrários e disse ter ocorrido uma afronta à liberdade de imprensa.

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