Jornais e Apple disputam direitos de venda

Empresa norte-americana quer controlar comercialização de assinaturas de publicações para iPad

Após o lançamento do Daily, jornal da News Corp, com exclusividade para o tablet iPad, a Apple quer o controle da comercialização de assinaturas de jornais a serem lidos no dispositivo móvel. A assinatura do novo jornal só pode ser adquirida na iTunes, loja virtual da Apple e custa US$ 0,99 por semana, cerca de R$ 1,60. Agora, a empresa norte-americana pretende manter a venda de assinaturas de outros jornais restritas ao iTunes, de acordo com a Folha de S.Paulo. A briga envolve publicações europeias e brasileiras.
A Apple enviou uma carta a jornais de pelo menos cinco países europeus proibindo-os de fornecer a assinantes de versão impressa acesso ao conteúdo no iPad. Para a Associação Europeia de Editoras de Jornais (Enpa, entidade que representa 5,2 mil jornais em 25 países), a venda tem de ser feita sem restrições pelas empresas responsáveis pelas publicações. A carta foi interpretada como um movimento para conquistar o monopólio da venda de assinaturas para o tablet. Isto é o que ocorre com a comercialização de aplicativos para produtos Apple. A iTunes centraliza a venda e embolsa 30% do valor do negócio.
De acordo a Folha, a situação no Brasil seria diferente. O coordenador do comitê de estratégias digitais da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e diretor-presidente do Grupo Estado, Silvio Genesini, afirma que as nossas empresas estão preparadas para um modelo em que a assinatura pode ser vendida dentro e fora do iTunes. Segundo ele, um exemplo é a revista Veja, cuja assinatura anual pode ser comprada diretamente com a Editora Abril, mas o exemplar semanal é vendido na loja da Apple. Ainda conforme a reportagem da Folha, além de perder a possibilidade de negociar pacotes que incluam a versão impressa e eletrônica, os jornais temem que um eventual monopólio da Apple crie uma barreira entre empresas e assinantes.
"Nós precisamos saber quem é o nosso assinante. Não podemos concordar que a Apple fique com essa base de dados. Nosso assinante tem relação conosco. Não podemos permitir que ele ligue para o nosso call center e não tenhamos a informação de que ele é assinante da versão para o iPad", disse Genesini.

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