Jornalistas recusam proposta em negociação coletiva

Decisão foi tomada em assembleia, realizada neste sábado

Os jornalistas gaúchos rejeitaram a proposta de reajuste dos sindicatos patronais, durante assembleia neste sábado, 5. O valor sugerido para o piso salarial era de R$ 1.808 para profissionais da Capital e R$ 1.540 para os do Interior. Durante a reunião, que durou mais de três horas, os profissionais debateram a pauta de reivindicações, ações de mobilização para os próximos dias e decidiram por apresentar contraproposta. Os participantes também demonstraram descontentamento com a negativa dos sindicatos das Empresas de Rádio e Televisão do Rio Grande do Sul (SindRádio) e das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado (SindiJore) ao benefício de Participação nos Lucros e Resultados (PPR/PLR).
O Sindicato dos Jornalistas do Estado (SindJors) enfatiza que, enquanto as empresas de comunicação oferecem apenas reposição da inflação aos profissionais (6,95%) e mais 1% de aumento real para aqueles que atuam no Interior, a média das negociações salariais do setor de serviços no primeiro semestre deste ano foi de 1,4% de aumento real. As empresas de comunicação também teriam sido favorecidas por mudanças na forma de calcular a contribuição patronal ao INSS. Antes, o valor era calculado descontando 20% do total de salários. Agora, empresas podem pagar entre 1% e 1,5% do seu faturamento líquido para este fim. "Essa medida favorece o setor da comunicação, onde a folha salarial possui um impacto significativo no custo total do negócio", diz o economista do Dieese, Ricardo Franzoi.
Os participantes se comprometeram a manter uma agenda de mobilização nas redações, enquanto o sindicato buscará medidas para dar maior visibilidade social à situação dos profissionais da imprensa. "Já havíamos dito inúmeras vezes que as sugestões da classe patronal não dialogavam com o que a categoria necessita. E este auditório lotado, em uma assembleia com alto nível de debate e participação, mostra que estamos dispostos a provar aos proprietários de veículos e à sociedade como um todo que o trabalho do jornalista vale mais", ressaltou o presidente do SindJors, Milton Simas.
Imagem

Comentários