Jornalistas têm dificuldades para obter dados públicos

Pesquisa da Abraji revela que dois terços dos profissionais enfrentaram problemas, apesar da Lei de Acesso

Dois em cada três jornalistas encontraram dificuldades ao solicitar informações públicas a governos, durante o primeiro ano de vigência Lei de Acesso no Brasil. Conforme relatório elaborado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o poder Executivo, entre as três esferas, é o que recebe o maior número requerimentos da imprensa e também é aquele em que os profissionais enfrentam maior dificuldade em obter dados. Informações sobre dados administrativos - referentes a contratos, repasses e salários de servidores - são os mais citados entre aqueles que tiveram dados negados pelos governos, seja em nível federal, estadual ou municipal.
Foram obtidos relatos de negativas de acesso a dados de fiscalização - como relatórios de auditoria e procedimentos de controle interno -, mencionados por 47% dos jornalistas que pediram dados aos legislativos estaduais. Informações que expressam o posicionamento dos dirigentes públicos - como notas técnicas, ofícios, e-mails e memorandos - foram negadas a 39% dos repórteres que solicitaram dados ao governo federal ouvidos no levantamento. Dentre as 44 entidades onde encontraram mais problemas, destacaram-se a Casa Civil da Presidência, o Comando do Exército (quatro menções cada um) e Assembleia Legislativa de São Paulo (três menções).
A pesquisa contou com a colaboração de 87 jornalistas, de 14 estados, e foi realizada de 20 de fevereiro a 9 de abril deste ano. O questionário avaliou de que forma a Lei de Acesso vem sendo utilizada pela imprensa e aplicada em níveis federal, estadual e municipal e pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O relatório, disponível para download neste link e no site www.abraji.org.br, também buscou compreender a natureza dos problemas relatados e os pontos fracos na aplicação da lei. 

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