Memorial homenageia jornalistas mortos no exercício da profissão

São quase 2 mil profissionais que perderam a vida de 1944 para cá

Desde o último sábado, os quase 2 mil jornalistas que morreram no exercício da profissão em todo o mundo, desde 1944, são lembrados com o Memorial dos Repórteres, situado em Bayeux, no noroeste da França. Segundo a prefeitura local e a organização Repórteres Sem Fronteiras, esse espaço de "homenagem e informação permanente" é o primeiro do tipo na Europa. Bayeux foi a primeira cidade a ser liberada após o desembarque das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial.


O local é um passeio paisagístico de 500 metros , com pedras brancas que criam um muro de dois metros, onde estão os nomes dos profissionais mortos em todo o mundo. A frase "Querer ser livre é querer também a liberdade dos outros", da escritora Simone de Beauvoir, abre o passeio. O memorial fica entre o Museu da Batalha da Normandia e o Cemitério de Guerra. O lugar foi projetado pelo arquiteto e paisagista francês Samuel Craquelin.


A inauguração, no último sábado, ocorreu junto com o lançamento da 13ª edição do Prêmio Bayeux para Correspondentes de Guerra, criado no 50º aniversário do desembarque da Normandia, que marcou o início da libertação da França da ocupação nazista. Todos os anos, o evento premia com 7.600 euros reportagens sobre conflitos ou sobre suas conseqüências para os civis nas categorias de Imprensa, Rádio, Televisão e Fotografia.


Com a criação do memorial, os organizadores querem que os jornalistas mortos "nunca sejam esquecidos" e que todos "lembrem o perigo ao qual os profissionais dos meios de comunicação se expõem diariamente para poder fazer seu trabalho". Segundo a Associação Mundial de Jornais, este ano foi o "mais mortal" para os profissionais de imprensa. Até setembro, 75 jornalistas e outros profissionais dos meios de comunicação haviam sido assassinados. De acordo com a RSF, a guerra no Iraque, com 103 jornalistas mortos em três anos, é o conflito mais violento para o grupo desde a Segunda Guerra Mundial. "Nos últimos 20 anos, os jornalistas se transformaram, talvez mais do que nunca, em alvos prioritários", diz a RSF, citando Iraque, Filipinas, México, Colômbia, Rússia, Paquistão e Sri Lanka como países mais perigosos para os profissionais de imprensa.

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