MPF acata denúncia de apreensão dos arquivos do Jornal Já

Procurador regional dos Direitos do Cidadão solicitou ao editor Elmar Bones mais informação sobre os fatos ocorridos

Elmar Bones no Jornal Já - Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) considerou a denúncia de apreensão dos arquivos digitais do Jornal Já, ocorrida em 24 de janeiro. Agora, tramita na Procuradoria da República o procedimento preparatório para "apurar possível lesão às liberdades de expressão e de imprensa do Jornal JÁ, após apreensão de material jornalístico". O procurador regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, pediu ao editor do impresso, Elmar Bones, mais informações acerca dos fatos ocorridos, da situação atual do jornal e sobre eventuais prejuízos à atividade jornalística.

Em conversa com a reportagem de Coletiva.net, o editor informou que entregará o ofício ao procurador na próxima segunda-feira, 19, e que a redação continua trabalhando precariamente, com computadores emprestados e de uso pessoal dos repórteres. "Ainda não temos notícias do paradeiro dos equipamentos, nem de quando os teremos de volta", ressaltou. Freitas também solicitou documentos referentes à representação na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na qual a denúncia de tentativas anteriores de censura foi apresentada pela organização Artigo 19 de defesa de direitos humanos e liberdade de imprensa, que atua em convênio com a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Os equipamentos foram confiscados devido a uma dívida do jornal com o Banrisul, em um valor de R$ 155 mil. No entanto, os computadores, por se tratarem de instrumentos de trabalho, são considerados impenhoráveis pela Justiça, portanto, foram apreendidos indevidamente. No último dia 5, foi determinada a devolução dos materiais em segunda instância, e o Tribunal de Justiça respondeu à petição do advogado do Já no caso, Eduardo Finardi, dando ao Banrisul (credor), 48 horas para a devolução, o que não ocorreu até a publicação desta nota.

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