Negociação para acordo coletivo chega ao fim

Jornalistas decidiram aceitar a proposta dos sindicatos patronais de piso de R$ 1.690 para a Capital e R$1.425 para o Interior

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJors) e as entidades patronais deram por encerradas na tarde desta sexta-feira, 30, as negociações sobre o acordo coletivo. Em assembleia nesta quinta-feira, 29, a categoria optou por aceitar a proposta recebida na última reunião, que sugere um piso de R$ 1.690 para os profissionais da Capital e de R$1.425 para o Interior. Os valores correspondem a 1,3% e a 2% de aumento real, respectivamente. Para os demais salários, o reajuste é de 4,86%, o equivalente à reposição da inflação.
Ao Coletiva.net, o presidente do SindJors, José Nunes, explicou como se deu a decisão: "Não estavam ocorrendo avanços desde a primeira reunião, e nós entendemos que os dois sindicatos patronais estavam protelando para levar a negociação ao dissídio coletivo. Por que levar ao dissídio? Para rebaixar ainda mais o piso". A proposta intermediária feita pela Superintendência Regional do Trabalho, de R$ 1.700 para quem trabalha na Capital e R$ 1.435 para jornalistas no Interior, foi rejeitada pelas entidades patronais.
Com o acordo, a categoria busca evitar que os profissionais fiquem sem um aumento mínimo no fim de ano. O reajuste e o valor retroativo passarão a valer a partir de dezembro. Os profissionais que se desligaram das empresas entre junho, data-base da categoria, e a definição do acordo devem procurar os antigos empregadores para receber a porcentagem a que têm direito.
Para Nunes, o valor fica muito abaixo do que as empresas podem oferecer. Ele ainda ressalta que, ao concordar com a posição adotada pelas entidades patronais, as empresas contribuem para a desvalorização do jornalismo gaúcho. Nesta negociação, o dirigente destaca a mobilização organizada pela categoria, com a campanha 'O trabalho do jornalista vale mais', que deve ter continuidade já em janeiro do próximo ano. "Vamos continuar levando às ruas a causa dos jornalistas e mostrando à sociedade o que a grande mídia não mostra", afirmou.

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