Processado, jornal JÁ vive momento difícil

Está com edição extra nas bancas, mas editor não sabe se manterá circulação


As dificuldades cresceram desde que, há quase um ano, em ação movida pela família Rigotto, o JÁ foi condenado a pagar uma indenização de R$ 54 mil, valor pesado para o porte da empresa. O fato é registrado hoje pelo jornalista Cláudio Humberto que, sem sua coluna na internet, publica a nota intitulada "RS: jornal esmagado por relatar corrupção": "O jornal gaúcho JÁ - de Elmar Bones, ex-Coojornal, um dos jornalistas mais admirados do País - deve fechar as portas. Não tem condições de pagar uma indenização à família do ex-governador Germano Rigotto - cujo irmão, Lindomar, falecido, foi apontado como um dos principais operadores de um esquema de corrupção na área de energia, no governo de Pedro Simon. Há 8 anos os Rigotto tentam fechar o jornal".

Esta história é relembrada pelo próprio JÁ na edição extra que está nas bancas desde a semana passada, tendo como tema de capa a corrupção no Rio Grande do Sul. A reportagem traz um resumo dos casos recentes e um histórico das CPIs no legislativo estadual - desde 1947, já foram 139 comissões parlamentares de inquérito, média de duas por ano em seis décadas. Segundo o jornal, estão em andamento no judiciário gaúcho mais de 200 Ações Civis Públicas ajuizadas pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, do Ministério Público Estadual. A maior dessas ações envolve a fraude em dois contratos para a construção de onze subestações de energia da CEEE, ocorrida em 1987, durante o governo Simon, e que em valores corrigidos chega a R$ 800 milhões, quase 20 vezes o prejuízo causado ao Detran/RS.

O jornalista Luiz Cláudio Cunha escreve artigo no site Observatório da Imprensa um artigo em que registra esta história da CEEE e lamenta a situação que está sendo enfrentada pelo jornal. Em certo trecho, escreve que o JÁ "é um bravo mensário que sobrevive há 24 anos pela teimosa resistência de seu editor, Elmar Bones da Costa, nascido há 65 anos em Santana do Livramento, cidade gaúcha no limite com o Uruguai, de onde ele trouxe a rebeldia indomável do fronteiriço. Ao longo de 40 anos de carreira, Bones construiu com talento uma sólida e reconhecida biografia na imprensa nacional que passa pelas redações de Veja, Gazeta Mercantil, Jornal do Brasil, O Estado de S.Paulo, IstoÉ e Folha da Manhã".

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