RSF aponta assassinato de 60 jornalistas em 2014

Relatório aponta o sequestro de 119 profissionais de imprensa e a detenção de 853

Sessenta e seis jornalistas foram assassinados em 2014, segundo a organização não governamental Repórteres sem Fronteiras (RSF). A informação consta no balanço anual da entidade, divulgado nesta terça-feira, 16. No documento, a ONG denuncia que a barbárie e a instrumentalização se intensificaram contra a imprensa. Nos últimos 12 meses, 119 profissionais de comunicação foram sequestrados, 178 presos, 853 detidos, 1.846 ameaçados ou agredidos e 134 precisaram se exilar.
Ainda que o número de jornalistas assassinados no exercício da profissão tenha apresentado leve queda em relação ao ano passado, quando 71 foram executados, a entidade destaca que violência contra a mídia percorre uma mudança, na qual os crimes contra comunicadores passaram a ser cometidos com uma maior barbárie e instrumentalizados com fins de propaganda. "Os sequestros aumentam consideravelmente com o objetivo, dos que os cometem de impedir que exista uma informação independente e de dissuadir os olhares externos", alega a RSF. A organização também lembra que a decapitação de jornalistas e afirma que isso "mostra a magnitude da violência exercida contra as testemunhas indesejadas".
Além dos jornalistas assassinados neste ano, o levantamento registra a morte de "19 jornalistas-cidadãos" e "11 colaboradores de meios de comunicação" e informa que dois terços dos profissionais de imprensa executados no período morreram em zonas de conflito, como a Síria. Este, segundo a RSF, é o país "mais letal para os jornalistas". Nenhum país latino-americano está entre os cinco onde mais perigosos para jornalistas. No entanto, a organização lembrou a morte dos repórteres Luis Carlos Cervantes, na Colômbia, e de María del Rosario Fuentes Rubio, no México.
Ainda conforme o relatório, em 2014, ao menos, 853 profissionais de imprensa foram detidos pelo mundo. Na Venezuela, 62% das agressões a jornalistas durante protestos foram cometidas pela Guarda Nacional Bolivariana.

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