RSF considera absurda condenação por entrevista

ONG critica decisão da Justiça Eleitoral que multou veículos e pré-candidata a prefeito

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) considerou absurda a condenação da Folha de S.Paulo e da revista Veja por terem publicado entrevista com a pré-candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy. A entidade classifica a decisão da Justiça Eleitoral como uma "limitação inaceitável da liberdade de imprensa".


"Para além do fato que, antes de eleições, a imprensa deve abordar a política e que o trabalho jornalístico não pode ser comparado à propaganda, a noção de ?pré-candidato? carece de sentido. Num país democrático, todas as personalidades políticas aspiram potencialmente a um cargo público. Durante a campanha eleitoral oficial, a igualdade na distribuição dos tempos nos meios de comunicação audiovisuais é uma necessidade real. Mas esse tipo de controle parece bem mais difícil de aplicar na imprensa escrita e, de maneira geral, não tem razão de ser fora dos períodos de campanha", informa o comunicado.  


As publicações foram multadas em R$ 21.282 pelo TRE-SP. Marta foi multada no valor de R$ 42.564. A nota da RSF cita ainda as manifestações do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto, para quem "tribunais devem tomar muito cuidado para não colocar em risco o direito fundamental à liberdade de informação", e do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o qual declarou que "é evidente que entrevistas não são propaganda eleitoral, mas sim exercício de jornalismo".

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