Sindicato não vê problema ético em ouvir criminosos

Segundo Torves, "defesa da fonte independe de sua qualificação"

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Rio Grande do Sul não vê problema ético em ouvir criminosos como fonte de matéria jornalística. O presidente da entidade, José Carlos Torves, acrescentou ainda, em entrevista a Coletiva.net, que "o jornalista deve sempre ouvir todas as partes envolvidas e a questão da defesa da fonte independe de sua qualificação". A polêmica surgiu na semana passada, quando a Rádio Gaúcha levou ao ar uma série de reportagens sobre roubo de carros, na qual os repórteres Cid Martins e Fábio de Almeida entrevistaram membros de quadrilhas e ladrões.


A opinião de Torves diverge da do presidente da ARI (Associação Riograndense de Imprensa). Ercy Torma questionou: "Como fica o profissional que travou esse contato com um bandido? Ele pode entregar o criminoso à polícia? Como fica sua cidadania deixando de denunciá-lo? A lei garante a preservação da fonte, mas não de criminosos". O dirigente do sindicato entende que, se a matéria é sobre roubo de carros, pode-se sim ouvir os ladrões, desde que seja ouvido também o Estado, através da Polícia, que é a responsável pela segurança pública: "Não podemos deixar que as orientações de segurança para a sociedade sejam feitas a partir do crime organizado. Essas orientações cabem à Polícia", declarou.

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