Tarso usa os microfones da Guaíba e da Pampa para criticar ZH

Governador acusa o jornal de torcer pelo fracasso do modelo estadual de pedágio e diz que os dados da reportagem são "chutômetro"

O governador do Estado, Tarso Genro, usou os microfones das rádios Guaíba e Pampa nesta quinta-feira, 14, para criticar o Grupo RBS sobre a questão dos pedágios. Em tom de resposta à reportagem que estampou a capa de Zero Hora na quarta-feira, 13, com a manchete 'Nova empresa de pedágios não terá fôlego para obras', o chefe do executivo estadual acusou o jornal de torcer pelo fracasso da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). "Isso é torcida, não é notícia. Tomara que ela não tenha fôlego para obras. Esse é o sentido da notícia", afirmou em entrevista a Felipe Vieira e Taline Opptiz, no programa Guaíba Cidades. Tarso alegou não haver cálculo técnico no conteúdo apresentado pelo jornal e definiu como "chutômetro" os dados apresentados pela reportagem.
Declarando que o veículo promove o preconceito contra a estatal, apontou o Grupo RBS como um dos responsáveis pela implantação do antigo modelo de pedágios, durante o governo Antônio Britto (1995-1998), e disse que as reportagens sobre o tema integram um trabalho editorial em defesa do modelo público-privado. "Estão fazendo uma pressão enorme, fazendo crítica antecipada à EGR, sem nunca terem criticado esse sistema de pedágio que eles implementaram junto com o Britto, com um prejuízo brutal para o usuário e superlucros para as empresas". Em seguida, acusou a RBS de comprometimento com as concessionárias, o que, segundo o governador, justificaria as críticas ao modelo da EGR. "A população também tem o direito de saber por que eles estão dizendo isso. Porque, na verdade, eles engendraram, na época do governo Britto, esse sistema de pedágio falido".
Na Pampa, as declarações de Tarso ocorreram durante participação no programa Beatriz Fagundes e, desta vez, vieram de forma indireta. Ao falar sobre o sistema de pedágios, sem citar o nome do jornal ou do grupo, o governador fez uma breve retrospectiva em que afirmou que o modelo de empresas privadas foi resultado de uma articulação política que envolveu partidos, empresas de comunicação e empresas privadas. "Convenceram o Rio Grande que esse sistema de pedágio era bom e que isso significava um desenvolvimento extraordinário para o sistema viário e para a estrutura do Estado. (?) O mesmo grupo de comunicação que fez a pauta do governo Britto sobre essa questão das concessões privadas é o que está fazendo a torcida para a EGR não dar certo". 
Procurado por Coletiva.net, o Grupo RBS optou por não se manifestar.

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