Versão da hora

O jornal tem ainda uma sobrevida de até 30 anos, avaliam os especialistas

Qual o tempo de vida de um meio de comunicação? Os clássicos jornais impressos têm mais de 200 anos de História e experimentam, aos poucos, a decadência frente a outras mídias. Pesquisas mostram que, em sua maioria, as novas gerações pouco os procuram. Jovens preferem provar o virtual e eletrônico em oposição à tinta no papel, panorama que contribui para a queda mundial na circulação dos periódicos, há anos. Sendo assim, quanto tempo ainda têm de vida?, pergunta o informativo Adnews. Responde informando que o palpite vem de quem escreve para o próprio meio: "O jornal impresso ainda tem uma sobrevida de 20 ou 30 anos", diz jornalista Ethevaldo Siqueira, do jornal O Estado de S.Paulo.


A conclusão não foi ao acaso. Deu-se em conversa com outros jornalistas experientes e especializados em informação na era digital, durante o NAB Show, realizado há 10 dias, em Las Vegas. O motivo, segundo aponta o texto, é a incapacidade do jornal em competir com a rapidez do rádio, TV e internet. Seria redundante, portanto. Segundo escreve Ethevaldo, o grupo imagina ser possível que, em 2015, boa parte dos jornais já tenha migrado para a Internet.


Até 2030, a expectativa é que o impresso mude seu papel na mídia, antes de desaparecer. Não será necessariamente um meio de massa, mas poderá ser consumido por segmentos especializados. Apesar do contexto, o jornalista lembra que não será a Internet responsável pela morte do jornal, "embora deva impor-lhe reformulações profundas".


As mudanças apontadas tomam por base o espelho da Web. A principal delas é passar de produto físico a virtual, de acordo com o jornalista. Até a publicidade foi listada. A previsão é de que os anúncios saiam dos formatos tradicionais e assemelhem-se mais com os modelos de pagamento sob visualização dos leitores, ou seja, links patrocinados. Mobilidade e colaboração entre leitor e jornalistas, ao estilo Wikipedia, também foram listados. Do ponto de vista do conteúdo, a dica é evoluir do foco predominantemente noticioso e partir para análises mais complexas.

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