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Instituto Reuters alerta: falta de credibilidade nas redes sociais reduz confiança no Jornalismo

O Instituto Reuters, em relatório realizado para o Estudo do Jornalismo, identificou que a falta de credibilidade nas informações que circulam nas redes sociais continua. Outro indicativo é de que, agora, essa desconfiança começa a abalar, também, os conteúdos produzidos por empresas de Jornalismo profissional que distribuem suas notícias nas redes sociais, como Facebook, e passam a ter suas reputações atacadas por aqueles que vivem das notícias falsas.

De acordo com o levantamento, 40% dos entrevistados acreditam que a mídia faz um bom trabalho para separar a verdade da mentira, enquanto 25% disseram não confiar nos meios de comunicação. Os responsáveis pelo estudo, Nic Newman e Richard Fletcher, da Reuters, alertaram para o fato de que resolver esse problema exigirá que publishers, redes sociais e leitores trabalhem juntos ao longo de muitos anos. No entendimento dos dois profissionais, há, ainda, muito trabalho a ser feito para distinguir melhor o jornalismo da massa de informações disponíveis na internet.

A pesquisa envolveu quase 20 mil pessoas em nove países - Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Irlanda, Espanha, Dinamarca, Austrália, França e Grécia. Nos Estados Unidos, por exemplo, 34% dos participantes afirmaram desconfiar dos meios de comunicação por preocupação quanto ao viés político da informação. Também foi constatado que a desconfiança na mídia é maior entre pessoas mais jovens (34%) e de baixa renda (35%), e que as marcas, particularmente as jornalísticas, não ganham confiança da noite para o dia, e pode demorar para que as organizações de notícias se vejam renovadas na verificação de fatos e na transparência jornalística.

O vídeo aparece como fator importante no processo de confiança e os entrevistados disseram que esse tipo de material é menos suscetível à manipulação do que fotos e textos. O estudo alerta, no entanto, que isso pode mudar, visto que as novas tecnologias tornam cada vez mais fácil a falsificação.

Apenas 24% dos inquiridos disseram que as redes sociais fazem um bom trabalho separar informações falsas e verdadeiras, e 35% pensam que a ausência de práticas jornalísticas nessas redes, como falta de verificação de fato e a prevalência de opinião, é motivo para a falta de credibilidade. Outro destaque é que 5% dessas pessoas desconfiam das mídias devido à ação dos algoritmos, sugerindo que poucos estão preocupados com o papel da tecnologia na apresentação das notícias que leem ou que não estão cientes disso.

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