ZH desvenda um dos mistérios do caso Rubens Paiva

Jornal teve acesso a documento que comprova que o ex-deputado foi preso no DOI-Codi do Rio de Janeiro

Em reportagem exclusiva, Zero Hora desta quinta-feira, 22, levou a público informação que desvenda uma parte de um dos principais mistérios do regime militar (1964 a 1985): o desaparecimento, há 41 anos, do ex-deputado federal, engenheiro civil e empresário paulista Rubens Paiva. O jornal teve acesso a um documento que prova que o político, que se tornou vítima-símbolo dos Anos de Chumbo, esteve preso no Departamento de Operações e Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) no Rio de Janeiro, um dia antes de desaparecer. A reportagem, assinada por José Luís Costa, foi publicada nas páginas 4 e 5 da edição de hoje e está disponível em zerohora.com.
O documento - uma folha de ofício amarelada, preenchida em máquina de escrever e datada de janeiro de 1971 - está guardado em um cofre do Palácio da Polícia Civil da Capital. Durante décadas, fez parte do arquivo particular do coronel da reserva do Exército Julio Miguel Molinas Dias, que foi chefe do DOI-Codi do Rio, cerca de 10 anos depois do desaparecimento de Rubens Paiva. Molinas Dias foi assassinado em 1º de novembro deste ano, quando chegava de carro a sua casa no bairro Chácara das Pedras. Ao investigar o homicídio, a Polícia Civil arrecadou um conjunto de papéis com o timbre do Ministério do Exército, entre eles o documento citado.
'Turma de Recebimento' é o título do ofício que contém informações como: o nome completo do político, de onde ele foi levado, a equipe que o trouxe e a data, 20 de janeiro de 1971. Na margem esquerda do documento, à caneta, consta uma assinatura, possivelmente de Rubens Paiva. Em visita à 14ª Delegacia da Polícia Civil de Porto Alegre, na semana passada, integrantes da Comissão Nacional da Verdade - criada pelo governo federal para investigar crimes na ditadura - solicitaram uma cópia dos documentos, que deverá ser remetida a Brasília nos próximos dias.
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