O impacto da Lei Cidade Limpa não afetou apenas o setor de mídia exterior de São Paulo. De acordo com o informativo Meio & Mensagem, desde sua aprovação pelos vereadores paulistanos, há um ano, os investimentos no segmento por parte dos anunciantes sofreram redução significativa em todo o país. Além disso, outras capitais também iniciaram um processo de revisão das normas referentes à publicidade externa, sempre com o objetivo de reduzir o número de outdoors, painéis e faixas nas ruas.

Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Vitória, Curitiba e, principalmente, Rio de Janeiro têm projetos que visam limitar os espaços legais de exibição da mídia exterior. No caso da capital fluminense, o intuito é ainda mais forte. Como em São Paulo, a finalidade é extinguir anúncios publicitários da paisagem. Nas duas cidades, os setores atingidos não foram consultados para a elaboração da lei. Já em Brasília, uma nova regulamentação aprovada há dois meses aponta para a retirada de todos os anúncios existentes no centro da capital federal - área tombada - até 2009.

"O que ocorreu em São Paulo não existe e somos contra os locais que optarem por essa posição. Mas o que tem ocorrido na maioria das cidades é um movimento de regularização do setor, não de proibição. Onde houver discussão envolvendo os dois lados, sem radicalismos, nós vemos com bons olhos", afirma Antônio Carlos Aquino de Oliveira, presidente da Fenapex (Federação Nacional das Empresas de Publicidade Exterior). Nas demais cidades citadas, a iniciativa foi tomada em conjunto entre órgãos municipais e entidades de mídia exterior para que as mudanças beneficiem ambas as partes.

Na capital gaúcha, conforme noticiado por Coletiva.net, o Grumex (Grupo de Empresas Exibidoras de Mídia Exterior) investirá cerca de R$ 2,8 milhões em ações que abrangem a revitalização da orla do Lago Guaíba, campanhas de educação ambiental e o aprimoramento da equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente para reforçar os trabalhos de fiscalização. "A Lei Cidade Limpa foi um exemplo para nós. Nas reuniões, ambos os lados cederam em alguns pontos para que essa iniciativa chegasse a um denominador comum", disse Edmilson Quirino, empresário representante da entidade.