Ibope sonda os hábitos do consumidor do século 21

Pesquisa especial do Ibope Mídia foi feita com 3.400 pessoas acima de 18 anos, em todo o Brasil

A partir de uma pesquisa especial com 3.400 pessoas acima de 18 anos, em todo o país, o Ibope Mídia apresenta um estudo inédito que analisa os paradoxos do consumo sob vários aspectos, desde o potencial do mercado latino-americano até as peculiaridades de escolha e o comportamento da população das mais importantes regiões metropolitanas do Brasil.


Nos últimos quatro anos, o hábito de ir às compras no Brasil cresceu aproximadamente 12%. Em 2002, os brasileiros que o faziam com freqüência mínima de 30 dias somavam 60% da população. Atualmente, este montante chega a 67%, ou seja, 35 milhões de brasileiros. Segundo o trabalho, o brasileiro destaca-se em relação aos consumidores de outros países da América Latina. Por aqui, 67% da população foram às compras nos últimos 30 dias, ficando atrás apenas de Peru (69%) e México (68%). A Argentina é o país que aparece com o menor índice da região: apenas 40% de seus habitantes afirmaram terem saído às compras no último mês.


As pessoas entre 25 e 34 anos se destacam no hábito de comprar. Quando a população é segmentada por sexo, as mulheres são mais consumistas: 71% contra 63%. Nas classes socioeconômicas, a diferença acompanha a tendência do potencial de consumo - 77% das pessoas das classes AB realizaram compras recentemente, seguidas das classes C e DE (65% e 55% respectivamente). O recorte regional da pesquisa mostra que a cidade de Belo Horizonte é onde mais as pessoas compram (71%) e Fortaleza aparece como a cidade brasileira com a menor incidência no período dos últimos 30 dias (63%).


Há uma tendência favorável aos assuntos relacionados ao meio ambiente, e o Brasil destaca-se quando comparado com os demais países da América Latina. Quando perguntados sobre a importância da reciclagem, 89% dos consumidores brasileiros responderam que consideram reciclar um dever de todos, e 71% afirmaram estarem dispostos a pagar mais por um produto que seja saudável para o meio ambiente - 63% ainda disseram estarem dispostos a mudar seu estilo de vida para beneficiar o meio ambiente. Ainda assim, na contramão deste traço marcante do consumidor brasileiro do século 21, 36% dos indivíduos disseram achar que atualmente a preocupação com o meio ambiente é excessiva.


No que diz respeito aos aspectos psíquicos de influência na hora da compra, os consumidores do século 21 demonstram personalidade forte e primam pela diferenciação dos demais. Apenas um terço afirmou a importância de estar em dia com a moda e estilo, sendo que mais da metade discordou que use marcas conhecidas para se sentir incluído no seu grupo de amigos. O estudo também revelou que as celebridades têm pouca influência na decisão de compra, atingindo menos de 15% da população de modo a fazer o comprador mudar de idéia. O brasileiro também se mostrou um consumidor fiel às suas marcas de confiança, o que foi confirmado por 72% dos entrevistados.


"A experiência individual do consumo e qualidade são fundamentais. Ele conhece e exige seus direitos. O que realmente diferencia este consumidor é a sua atitude", disse Juliana Sawaia, gerente de marketing do Ibope Mídia e uma das responsáveis pelo estudo, em relatório enviado ao PortaldaPropaganda.com.

O consumidor é impactado pelo círculo de influências composto por mídia, ponto-de-venda e relacionamento. Dentre as principais fontes de informação na decisão de compra, as mais citadas pelos consumidores brasileiros estão experiência anterior e opinião da família. A busca pela informação é considerada fundamental para o consumidor do século 21. Metade deles afirma estar apta a fornecer muitas informações sobre algum tipo de produto, e outros 34% dizem que conversam bastante com muitas pessoas diferentes sobre produtos de interesse antes de efetuar a compra - 34% concordaram que é bastante provável que consigam convencer outras pessoas a respeito de determinados produtos com suas opiniões. 

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