Falta de investimentos em infraestrutura limita crescimento do Brasil

Análise é do presidente do Sicredi, que palestrou na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul

Palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) desta segunda-feira, 5, o presidente do Sicredi, Ademar Schardong fez uma análise dos possíveis cenários da economia brasileira. Schardong acredita na projeção que aponta um crescimento de 5% para o País em 2010 e, segundo ele, se não houver mudanças substanciais na infraestrutura, o Brasil não comportará um crescimento anual maior do que este até 2015. O Brasil precisa investir mais em infraestrutura para apresentar um crescimento mais efetivo, frisou.
O executivo do banco também mencionou a tendência de alta da inflação para uma taxa entre 4,76% a 5,3%, o que, na sua visão, obrigará o Banco Central a aumentar a taxa de juros. Num cenário alternativo, segundo ele, a taxa Selic pode chegar a 12,5% no final do ano. Entre as perspectivas para 2010 apresentadas por Schardong, está a normalização dos fluxos de recursos para o Brasil e a melhora no quadro fiscal, especialmente pelo lado da receita. Além disso, as eleições terão um impacto reduzido nas principais variáveis macroeconômicas brasileiras.
Esses indicadores, além da melhora nas condições do emprego e do crescimento da massa salarial, deverão impulsionar ainda mais a economia, especialmente pela diminuição da desigualdade entre as classes sociais. Schardong também apontou o crescimento da influência das empresas sobre a sociedade, salientando que elas estão proporcionando exemplos como a criação de valores não só para os sócios, mas para toda a população, a geração e qualificação de empregos, modelos de uso racional de recursos, formas mais eficientes e organizadas para o trabalho humano, além de estímulo e recompensa para a criatividade.
Além disso, o palestrante frisou que as sociedades cooperativas não são braços do Estado e que os grandes sistemas cooperativos estão em países desenvolvidos. Ele ainda fez uma crítica às tentativas de estatização. "A função do Estado não é operar a economia brasileira, esse processo não se sustenta a longo prazo", opinou.
Com relação ao Sicredi, Schardong revelou que o banco possui um portfólio de 108 produtos financeiros e uma rede com 1.182 unidades em 10 estados brasileiros, sendo que 508 delas se concentram no Rio Grande do Sul. "O Sicredi, desde a sua criação, não teve um ano com crescimento real menor do que 20%. Para se ter uma ideia, em termos de rede o Sicredi é do tamanho do HSBC. Nos próximos três anos, a cooperativa dará passos bem interessantes", salientou. Entre as novidades está a assinatura de uma parceria internacional e investimentos em tecnologia. Também não está descartada a intenção do banco de criar uma superintendência em Caxias do Sul.
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