Com 1.026 cooperativas, o Rio Grande do Sul é o Estado com maior número de entidades no gênero no País (o segundo no ranking é São Paulo, com 932), que representam 2.143.339 associados e empregam quase 60 mil pessoas. Os números foram apresentados pelo presidente do Sistema Ocergs-Sescoop/RS, Virgílio Perius, ao falar no evento Tá na Mesa da Federasul, que abriu nesta quarta-feira a agenda de comemorações da Semana Mundial do Cooperativismo. O dirigente informou que a reestruturação que está sendo implantada no sistema diminui o número de cooperativas para garantir fôlego, que será acrescido por novas plantas industriais para aumentar o valor agregado dos produtos.
O sistema, que tem mais de 100 anos e que festeja, nesta semana, o Ano Mundial do Cooperativismo, decretado pela ONU, tem planos ambiciosos e projetos em andamento. A ideia principal é a união acoplando as cooperativas por área de interessse, ou geograficamente, para que elas sejam fortes. Ao mesmo tempo, estão sendo desenvolvidos projetos que permitirão agregar valor aos produtos. Segundo Perius, o planejamento estratégico começou neste ano e vai até 2015. Os projetos que estão sendo implantados, além da união das cooperativas, se referem a uma planta de biodiesel, esmagamento de grãos, indústria de aves e suínos, rearranjo do sistema vitivinícola, planta de produção de queijo e a formação de centrais de fertiizante e compras em comum.
Os recursos virão das próprias cooperativas e equivalem a R$ 1,7 bilhão (deste total, 90%, são recursos próprios). No entanto, o sistema tem outras ideias que já estão sendo levadas ao governo federal, como a criação de uma parceria entre o BNDESPar e a Ocergs-Sescoop/RS. Outro dado relevante é o projeto que está implantado na cidade de Cruz Alta e que poderá ser levado a outros municípios: a prefeitura abre mão de sua parte do retorno do ICMS para reaplicar no sistema, neste caso, na planta industrial da CCGL. Os tributos gerados pelas cooperativas em 2011 somaram R$ 1,3 bilhão sendo 49,9% repassados para a União, 46,9% para o Estado e 3,2% para os municípios. Também relevante é o faturamento consolidado pelo sistema em 2011: R$ 27 bilhões, incremento de 25,2% em relação ao ano anterior.