Ao lado de Fábio Bernardi (E), Peter Kronstrom conduziu abertura oficial do evento
A mídia passa por uma fase de fragmentação e perda de controle. Essa é a constatação de Peter Kronstrom, chefe do Institute for Futures Studies, que encerra as atividades no primeiro dia da Semana ARP da Comunicação. Ao falar para um auditório lotado, o dinamarquês ressaltou que a mídia atravessou três horizontes, o tradicional, moderno e da nova mídia, este último marcado pela integração na figura do produtor e do consumidor. Esse processo, afirma ele, resulta em uma nova configuração e na necessidade de criação de novos formatos. "É mais importante se adaptar em vez de correr atrás para atender a modelos antigos", pontua e enfatiza: "Não é mais o mais forte que irá sobreviver, mas quem se adapta mais rápido".
A formação de novas estrelas foi uma das mudanças destacadas por Peter, ao lembrar que elas "não vêm da TV Globo", mas sim surgem alavancadas por sua própria autenticidade. "Queremos algo real, algo em que possamos acreditar", afirmou. O cenário de tecnologia foi ilustrado com dados de uso de smartphones, ambiente que ainda gera dúvidas quando se trata de publicidade. "Historicamente, a publicidade vive uma cadeia que reproduz o que sempre fez", lembrou, exemplificando com a propaganda em rádio e TV. "Agora, há necessidade de descobrir novos formatos, de reinventar o que estamos fazendo", reforçou.
Peter vai além na provocação e sentencia: "Se a mídia não vem com soluções, as marcas criam as suas e, ainda mais criativos, os consumidores criam soluções". Nesse cenário de mudanças, são elementos importantes a capacidade de networking, a tecnologia inovadora e o capital humano. O palestrante citou o big data como um agente de transformação, juntamente com a internet das coisas, e projeta a morte dos navegadores da web. "A internet morreu. Está em seus últimos passos, porque no futuro será totalmente onipresente. Novas ferramentas não dão chance para navegar", argumentou.
Ao apresentar as tendências para a área de mídia, Peter deixou claro que "não tem as respostas, mas a certeza de que o mundo não é o mesmo de ontem". Segundo ele, existe um grande desafio e, para enfrentá-lo, o chamado "jeitinho" pode ajudar. "Muita gente vê malandragem, mas todo mundo tem um ?jeitinho?. A gente vê enorme potencial nisso."
A Semana ARP da Comunicação segue até quinta-feira, na Casa Destemperados. As atividades têm cobertura de Coletiva.net, com apoio do Grupo RBS.
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