Band, SBT e Rede TV apresentam nova associação

Emissoras criam a Associação Brasileira de Radiodifusores (Abra)

Ainda repercutem as declarações do presidente da Bandeirantes, Johnny Saad, feitas na terça-feira, quando assumiu a presidência da recém-criada Abra (Associação Brasileira de Radiodifusores), em Brasília. Ele atacou fortemente o que chamou de "monopólio das estradas por onde podem passar os veículos da comunicação social". Citou como sinais de "um grande perigo" a fusão das duas grandes operadoras de DTH, que denominou de "trama"; a anuência prévia para a compra de 49% do capital "da maior operadora de televisão a cabo do Brasil"; e a "exclusividade de programação para uma única empresa brasileira".


Saad apelou à consciência e à boa-fé dos cidadãos presentes para que refletissem "sobre o milagre de unidade nacional que distingue o Brasil de outras regiões do planeta mergulhadas quase sempre em conflitos nascidos da incapacidade dos povos em exercitarem um processo de comunicação destinado a promover a tolerância e o respeito à diversidade". Falaram ainda o presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, e o ministro chefe da Secom, Luiz Gushiken, representando o presidente Lula.

Em seu discurso, o presidente da Câmara afirmou que a Abra foi criada para representar os interesses de outras redes de televisão que antes se agregavam sob a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV). Severino considerou a existência da Abra um sinal de democracia "para manifestar as diferenças conceituais que devem ser aceitas e respeitadas no país: é a possibilidade de expressão de idéias contrárias que possibilita a construção de consensos", salientou. Já o ministro Gushiken disse ter certeza que a Abra deverá oferecer contribuições importantes para o debate sobre os rumos da mídia no país. Para o ministro, no cenário de consolidação democrática e fortalecimento do direito à informação no país, amplia-se a responsabilidade da radiodifusão.

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