Provocados pela jornalista de Zero Hora Cláudia Laitano, três jornalistas de diferentes veículos e gerações debateram há pouco sobre o futuro do jornalismo e o papel dos profissionais da área mesmo na era digital. Luiz Antônio Araújo, que assina a coluna Olhar Global em Zero Hora; Sônia Bridi, que foi correspondente da TV Globo em Londres, Nova York, Pequim e Paris; e Matinas Suzuki jornalista e um dos grandes responsáveis pela renovação da Folha de S.Paulo, foram os convidados da vez no Vox.
Sônia tomou a palavra e compartilhou a recente experiência de entrevistar Edward Snowden, conhecido por ter divulgado os segredos da espionagem americana. E o que esse fato tem a ver com o tema proposto? Ela explicou: "Quando percebi que um jovem que vive da internet preferiu utilizar a mídia tradicional para divulgar suas descobertas e argumentou a decisão pela credibilidade e segurança que a imprensa ainda tem, reafirmei a importância desses meios". E disse mais: para ela, no meio dessa era digital, dessa revolução que a internet proporciona todos os dias, a chamada mídia tradicional ainda carrega uma enorme responsabilidade.
O entendimento de Sônia foi compartilhado e defendido por Luiz Antônio, que indagou a plateia com a pergunta "O que é um repórter?". Segundo o jornalista, essa pergunta se repete em diversas eras, situações, dificuldades e dúvidas. "Encontrei muitos Renês Silvas pelo mundo e acho que isso é muito bom para todos", disse, em referência ao painel conduzido por Luciano Huck. Para ele, independentemente da forma como seja reportado, ainda é necessário ser aqueles que contarão histórias, que checarão informações, que darão voz aos diversos lados da mesma história, que manterão a essência e as grandes responsabilidades que essa profissão exige.
Matinas Suzuki foi mais enfático ao afirmar que ética não se mede com fita métrica, é um conceito subjetivo, mas que fala por si. "É nosso dever lembrar que sempre que há um compromisso preestabelecido com a sociedade de honrar com a verdade." Com mais de 40 aos de profissão, o jornalista ainda lembrou que esse entendimento deve estar sempre vivo, não importando a geração em que o profissional atue, pois "a grande contribuição que podemos dar aos que chegam depois de nós é levar esses conceitos básicos para as novas mídias e aos jovens."