Inovação não acaba quando a empresa cresce, diz diretor do Spotify

Gustavo Diament, da Spotify, apresentou o case da empresa no Congresso de Marketing da ADVB

Juan Pablo Boeira (E), Gustavo Diament e Ricardo Vontobel
A cultura da inovação norteou a palestra do diretor geral para a América Latina do Spotify, Gustavo Diament, nesta manhã, no Congresso de Marketing da ADVB. Com o auditório do Teatro do Bourbon Country lotado, ele contou como o serviço, que está presente em 70 países, tem mudado a forma de consumo de música no mundo e, embora tenha crescido nos últimos anos, não abandonou sua origem. "A inovação não necessariamente acaba quando uma empresa cresce, ganha escala. A gente tem mais de 100 startups trabalhando em novos produtos. Essa estrutura serve para não deixar que o gigantismo engesse a empresa", explicou.
Diament apresentou exemplos de políticas adotadas pelo governo da Suécia, que criam um ambiente propício ao surgimento de cases disruptivos como o Spotify. Surgiram no país empresas como Minecraft, King e Skype. Para o executivo, existe uma falha de liderança em grandes empresas, que não investem em novas tecnologias ou o fazem de forma errada. Como exemplo, citou o caso da Naviteq, sistema de controle de trânsito comprado em 2011 pela Nokia. "Investiram em um sistema físico, sem imaginar que surgiram startups como Waze. Um exemplo que gosto de dar é a Blockbuster, que teve cinco anos para lutar contra Netflix".
Para operar a estrutura, o Spotify aposta em alinhamento e autonomia em suas equipes. "Nós alinhamos problemas, mas resolvemos da nossa maneira", afirmou o executivo. Quatro pilares orientam o negócio do Spotify - Acesso, Conveniência, Grátis e Mobile - e os resultados ficam evidentes na taxa de conversão de 27% de usuários grátis para pagos. Diament disse que a empresa não acredita que o modelo grátis combata a pirataria. Ressaltou que as pessoas não querem mais música em um único lugar e que a busca por música hoje acontece por ocasião de consumo, não por gênero.
Também detalhou como a empresa trabalha para melhorar a experiência do usuário, usando de dados, e exemplificou com o Discover Weekly, playlist que semanalmente sugere novas músicas ao usuário. É através dele que a companhia descobre mais sobre os gostos de cada cliente. O executivo ainda trouxe dados que apontam o Brasil como o quinto mercado de música do mundo, com faturamento inferior a 250 milhões de dólares, o que demonstra espaço para crescer. Sobre o sucesso da empresa, afirmou: "Tem uma frase que usamos: estamos ganhando. Sempre no gerúndio, porque a gente não sabe se vai estar ganhando amanhã."
A programação seguiu com debate, com a participação de Juan Pablo Boeira, fundador da Escola de Marketing de Alta Performance e Inovação (Emapi), e Ricardo Vontobel, presidente da Vonpar e curador do congresso.
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