Fabrício Carpinejar é desligado da Rádio Gaúcha

Poeta e jornalista continua como cronista de ZH e passará a fazer comentários em vídeo em sua rede social

Na manhã desta terça-feira, 19, o poeta, cronista e jornalista Fabrício Carpinejar informou que não faz mais parte da equipe de comentaristas da Rádio Gaúcha, onde atuou por quatro anos. Mesmo afastado da emissora, o profissional seguirá como cronista em Zero Hora.
Em entrevista ao Coletiva.net, o jornalista contou que o pedido de desligamento partiu da emissora, por motivos de reformulação da equipe, e que sentirá falta das manhãs na rádio. "Sentirei saudades de falar na rádio, onde eu criei um estilo próprio, que as pessoas já me reconheciam por minha risada característica todas as manhãs", contou, confessando que se "sentia um alienígena poético em um programa jornalístico".
Sobre novos projetos, Carpinejar adiantou que fará comentários em vídeo em sua rede social, como forma de não se afastar do trabalho e manter o contato direto com o público que já conquistou. "Publicarei vídeos todas as terças, sextas e sábados no meu Facebook", falou.
Além de Porto Alegre, o poeta se divide entre São Paulo, onde apresenta o programa "A Máquina", na TV Gazeta, e o Rio de Janeiro, onde escreve no jornal O Globo e participa da atração "Encontro com Fátima Bernardes", da Rede Globo. Mesmo com a ponte aérea, não pensa em deixar Porto Alegre para viver em uma das outras cidades. "Já surgiram outros convites para atuar no Rio e em São Paulo, mas não penso em sair do Sul", afirma.
Procurada pelo Coletiva.net, a assessoria de imprensa do Grupo RBS não deu retorno sobre o assunto até a publicação desta nota.
Veja o comunicado na íntegra:
ATÉ MAIS MINHA RÁDIO GAÚCHA
Nesta terça (19/4), 7h50, eu me despeço da Rádio Gaúcha. Minha gargalhada de manhãzinha estará agora na memória dos ouvintes. A emissora acabou de avisar da reformulação e do meu desligamento.
Representou um período incrível, pioneiro, corajoso, em que coloquei crônica ao vivo no meio de um programa de jornalismo durante quatro anos. Ri e chorei com o Antonio Carlos Macedo (e ainda falavam que ele não se emocionava!), Jocimar Farina e, antes, Daniel Scola no Gaúcha Hoje. Provoquei e me diverti com Wianey Carlet, Denise Cruz, Gabrieli Chanas e Andressa Xavier no Supersábado.
Amizade, amor, família, casamento, separação, futebol e filhos - falava de tudo um pouco e sentia um pouco de tudo. Partilhei a minha experiência em mais de 600 comentários. Agradeço aos meus ouvintes do Rio Grande do Sul. Escrevi um livro "Curinga" com a seleção das crônicas faladas de dois minutos, inventei o consultório sentimental na madrugada de quinta para atender aos ouvintes desesperados e combati, com humor e lirismo, o lugar comum das relações contemporâneas.
Aquele guri que sofria problemas de dicção na infância e gaguejava na frente do quadro negro tornou-se uma voz adulta, segura, familiar e cúmplice. Terei uma imensa saudade, e só é saudade porque foi felicidade.

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