Cinco perguntas para Taís Seibt

Jornalista apresentou tema de dissertação de mestrado sobre movimento multimídia de ZH na Rede Cultura de Comunicação, no Pará

Taís Seibt | Divulgação
1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?
Meu nome é Taís Seibt, nasci em Gramado, sou jornalista, doutoranda em Comunicação, amadora de vôlei e cantora nas horas vagas.
2 - Por que escolheu atuar como jornalista?
Uma das cenas que guardo da minha infância era meu pai (que só completou o primário) lendo jornal ao lado do fogão a lenha enquanto eu tomava café antes de ir para a escola. De alguma forma, aquela rotina me mostrou que ler notícia era algo importante. Desde cedo, eu brincava de fazer jornal, ganhei vários concursos de redação e sempre me escolhiam para escrever tudo na turma, fosse uma mensagem de fim de ano ou o discurso de orador da formatura. Juntei essa habilidade com texto e a noção de que informação faz mais diferença do que um diploma na vida das pessoas e resolvi ser jornalista.
3 - Como se deu a escolha do tema da dissertação de mestrado sobre o movimento multimídia de Zero Hora?
Meu projeto inicial era sobre a série O Brasil de Bombachas, do grande "reporteiro" Carlos Wagner. Eu pretendia comparar a produção da primeira edição, feita em 1996, com a sua reedição, totalmente multimídia, em 2011, problematizando as mudanças nos processos de apuração e produção jornalística. Meu orientador, o professor Ronaldo Henn, me aconselhou a repensar o projeto e acompanhar uma cobertura que estivesse em andamento, uma vez que eu já trabalhava na ZH há alguns anos quando entrei no mestrado. Coincidiu que ZH começou o movimento de integração da Redação no momento em que iniciei os estudos. Percebi que estava diante de um objeto de pesquisa interessante não só para meus objetivos acadêmicos, mas também profissionais, o que era importante para mim, pois eu queria fazer uma pesquisa que fizesse sentido na prática.
4 - Como foi ser convidada pela Rede Cultura do Pará para apresentar os resultados da pesquisa?
Entendo esse convite como uma forma de reconhecimento do trabalho. Dentre tantas fontes disponíveis, os colegas de Belém, que encontraram minha dissertação via internet, entenderam que meu trabalho tinha valor. Isso é muito gratificante e mostra que meu objetivo de fazer uma pesquisa que tivesse forte ligação com o mundo do trabalho dos jornalistas foi alcançado. Tenho defendido que reforçar esse intercâmbio é útil e necessário para ambos neste momento em que, tanto na academia quanto no mercado, só se fala na "crise do jornalismo".
5 - Quais os planos para os próximos três anos?
Tenho dois anos para terminar a tese de doutorado na UFRGS, na qual estou buscando entender como iniciativas de jornalismo nativas digitais, fora dos conglomerados de mídia e sem correspondentes na mídia "tradicional", estão se estruturando e se elas podem (ou como poderiam) constituir um novo paradigma de produção jornalística. Também pretendo concluir a biografia de um grande repórter gaúcho, que estou produzindo paralelamente às minhas atividades há alguns anos, entre outros projetos jornalísticos. Se eu puder juntar esses projetos com o ensino de jornalismo, uma paixão que descobri num período recente como professora substituta na UFRGS, melhor ainda.

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