Diversidade e representatividade na propaganda estiveram no centro da abordagem do gerente de Planejamento da agência Mutato, Nico Henriques. A experiência da marca Avon, que usou personagens de raças, gêneros e sexualidade distintos para apresentar o produto BB Cream Color Trend, norteou a apresentação. A ação uniu o objetivo de apresentar a diversidade da paleta de cores do produto e reforçar o posicionamento da marca.
Criar relevância na conversa diante de um discurso complexo é, segundo ele, um desafio encontrado nas campanhas que buscam o posicionamento de marca. "O digital acaba sendo a melhor ferramenta possível, porque é capaz de fragmentar um discurso complexo. Quando se tem mensagem dessas, em geral a gente tenta simplificar", pontua. Para ele, é preciso superar o medo de que o consumir compreenda a mensagem. "Uma hora, o raciocínio complexo, que pode parecer difícil, torna-se fácil. Como? Ouvindo, convertendo e conversando."
De acordo com o palestrante, o ato de ouvir refere-se a "quebrar bolhas" que possam existir. "Eu não posso me colocar na mesma bolha que uma pessoa que vive em uma comunidade do Rio de Janeiro. O que posso é ter empatia e entender que todas as pessoas merecem acesso", argumentou. Esse processo, diz ele, refere-se ao contrário de rotular e oprimir. "Os rótulos não cabem mais a ninguém. Precisamos aceitar que as pessoas estão cada vez mais líquidas."
Nico ainda deixou uma sugestão a quem contrata pessoas. "Contratem pessoas pensando na diversidade. Isso é o que traz riqueza. Você só chega num lugar diferente quando existem pessoas que pensam diferente", defendeu. E como última dica, propôs manter a consistência das estratégias quando da criação para uma marca e da aderência a qualquer bandeira. Mudem, muitas vezes as mudanças culturais em empresas podem vir de fora para dentro.