Conector no Papel & Caneta - projeto sem fins lucrativos que conecta líderes e jovens expoentes de diferentes agências do mundo para trabalhar em causas sociais -, André Chaves defendeu que profissionais de agências e clientes deixem a competição e abracem a disrupção pela empatia. Para ilustrar, ao palestrante trouxe exemplos de projetos desenvolvidos em diversas cidades do mundo, com a participação de líderes do mercado publicitário.
Entre os citados estavam reconhecidos profissionais, como Sarah Watson, primeira mulher a comandar o departamento de planejamento da BBH; Tim Claassen, diretor de estratégia da LEMZ Amsterdã; Laura J. Baambeck, uma das 20 líderes mais inspiradoras hoje, de acordo com o Business Insider. Um dos projetos apresentados por André chama-se 25/40 e envolve o profissional Blake Winfren, diretor de Criação em Boston. A iniciativa consiste em formar equipes que ganham a missão de inspirar, cada uma, 40 alunos, até então sem qualquer contato com a propaganda. "São formas de unir e recrutar talentos. Não esperar que esse jovem chegue até nós", comentou.
Outro projeto destacado foi o de Andrew Zolty, de Nova Iorque, que criou a pequena agência Breakfast, focada em combinar inovação e tecnologia em seus trabalhos. Com uma equipe formada por apenas sete profissionais, a empresa conquistou o Leão de Ouro no Festival de Criatividade de Cannes, na França. "Isso é incrível para agência com sete pessoas. Eles se tornaram referência de inovação disruptiva e provaram que tamanho não é documento."
Durante a palestra, André ainda citou a lista que expôs casos de assédio na Propaganda brasileira, que chamou a atenção do mercado e precisou ser retirada do ar em dois dias. "Uma lista que deveria ser positiva se tornou um novo canal de assédio. Não conseguiu inspirar nenhum jovem, mas fez com que muita gente olhasse para o lado, para as verdades que as pessoas não contam ou não podem compartilhar."
O palestrante reconheceu a necessidade de mudança em agências, clientes e no mercado de comunicação como um todo, mas também acrescentou: "Muitas coisas estão acontecendo porque não criaram algo para mudar". Para André, não se trata apenas de disrupção e estratégia, mas de uma "disrupção da empatia", algo que vai além do individual, que impacta o coletivo. "Sou de Aracaju, para onde ninguém nunca olha, não trabalhei em grandes agências. Tinha tudo pra não acreditar em mim e acreditar que líderes mundiais nunca se tornariam meus amigos. Minha mensagem é: não espere que sua agência, marca, cliente mude, apenas mude", resumiu.
André foi o primeiro palestrante do painel ?Disrupção: pensando a estratégia além dos modelos?, que segue com Ana Cortat, fundadora da Hybrid Colab.