Encontro discute cenário atual do propósito nas organizações

Segunda noite do Punch, evento que se propõe a falar sobre inovação e modelo de negócios, reuniu mais de 40 profissionais de Comunicação

Divulgação/Coletiva.net
A segunda noite do Punch - evento que se propõe a falar sobre inovação e modelos de negócios em três dias - trouxe para discussão o cenário atual do propósito nas organizações. Para tratar do assunto, sob a moderação de Rafael Perez, da Point Facilitação Criativa, foram convidados Arthur Scartazzini, do Shoot the Shit; Cássio Tramontini, da Return; Daniel Mattos, do Smile Flame; e Guga Schifino, da Trópico. A iniciativa do projeto Black Sheep, comandada por João Ramos e Wayner Bechelli, reuniu mais de 40 pessoas no Espaço Voz, localizado dentro do Shopping Total, em Porto Alegre, na noite desta terça-feira, 20.
Guga compartilhou seu ponto de vista a respeito de como as gerações enxergam as questões vinculadas ao propósito. Segundo ele, não existem mais divisões de que pertencer a uma faixa etária seja sinônimo para determinar uma significação preestabelecida que todos daquele grupo concordem. "Hoje, o que as pessoas buscam é trabalhar e ser feliz ao mesmo tempo, sem precisar esperar pelo final de semana", constatou. Na mesma linha, Cássio observou que o comportamento dos indivíduos mudou e que isso, felizmente, está se refletindo nas empresas.
Arthur defendeu que acredita que o ato de empreender já mostra aquilo que as pessoas pensam e buscam associar ao serviço ou produto que desejam oferecer aos consumidores. "Não basta vender. É necessário unir serviços e experiências aos valores. Falar a verdade e se posicionar genuinamente são fundamentais nesse processo", pontuou. Ainda, aproveitou a ocasião para ressaltar que "gerar impacto social com seu negócio próprio não é oportunismo". Para completar, Daniel destacou que as marcas não devem seguir o caminho de construir um propósito para chamar a atenção de seus públicos. "É incoerência com o sentido da palavra", justificou.
A partir do aspecto da transparência, Guga disse que, para que as ideias tenham validação, as causas propostas pelas marcas necessitam ser legítimas, ou seja, implantadas dentro do corpo organizacional. "As empresas não podem se contentar em fazer a economia girar ou gerar empregos", afirmou. Daniel acrescentou que, devido às cobranças e fiscalizações do público, cada vez mais, os discursos vazios não se consolidam nem são aceitos pelos consumidores. Como exemplo, os quatro comentaram sobre o case dos sucos Do Bem, cuja narrativa apresenta inverdades - como o uso de frutas da fazenda de um pequeno produtor. "Fazer é ser cobrado", completou Arthur.
Ao final das duas horas de debate, os convidados resumiram a relevância de conversar sobre propósito. Objetivo, Cássio disse que é preciso influenciar e educar as pessoas a gerarem impactos positivos na sociedade. Com o mesmo ponto de vista, Arthur declarou que há muito que ser reinventado, repensado e reconstruído para tornar as iniciativas mais alinhadas aos seus valores. Enquanto Guga estimulou que os presentes desapeguem do antigo e se permitam explorar o que é novo. "Desapego é a ordem do século XXI", resumiu. Já Daniel buscou motivá-los a participar de ações e projetos que façam sentido: "A gente tem que ser aquilo que acreditamos".
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