Campanha da Hope com Gisele Bündchen segue gerando polêmica

Ação da Secretaria de Políticas para Mulheres é criticada até mesmo por integrantes do governo

A ação da Secretaria de Políticas para Mulheres, do governo federal, contra a campanha "Hope ensina" tem sido criticada até mesmo por colegas da ministra Iriny Lopes, titular da pasta. Neste domingo, 2, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco, por exemplo, classificou de "censura" a decisão de pedir a suspensão do comercial em que a modelo Gisele Bündchen aparece de lingerie para mostrar a "melhor maneira" de dar más notícias ao marido. O pedido partiu da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que considerou a peça publicitária ofensiva.

A campanha da Hope foi tema do programa Polêmica, da Rádio Gaúcha, desta segunda-feira, 3. "Comercial de roupa íntima, com Gisele Bündchen, é considerado machista. A Secretaria de Políticas para Mulheres quer suspender sua veiculação. Está certo ou é exagero?" foi a pergunta apresentada aos ouvintes. O programa, com a apresentação de Lauro Quadros, teve a participação dos publicitários Miltinho Talaveira e Roberto Philomena, da diretora de Justiça da Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos, Rúbia da Cruz, e da psicóloga Andréa Alves - 81% respondeu que se trata de exagero.

No sábado, dia 1º, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) partiu em defesa da ministra, em artigo no jornal Folha de S.Paulo. Ao abordar sobre os comerciais de calcinhas e sutiãs estrelados por Gisele, Marta reconheceu que a polêmica fez "a propaganda ser mais vista e falada" - a Hope, de fato, deve estar agradecida à ministra Iriny. Para a senadora, a Hope deveria explorar outra imagem da modelo, a de mulher independente que pode pagar o próprio cartão de crédito e bater o carro sem precisar dar satisfação ao marido - situações apresentadas nos comerciais.

Sobrou para Marta também. O artigo da senadora foi também alvo de críticas, como o fez o jornalista Josias de Souza: "Será que a mulher brasileira de hoje é imbecil a ponto de tomar o humor de um comercial como grave ofensa à evolução da espécie? Improvável".

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