Cinco perguntas para Cristiano Duarte

Repórter da rádio Gaúcha participou de curso "Jornalistas em Áreas de Conflito", promovido pelo Exército Brasileiro

Cristiano Duarte | Divulgação


  1. Quem é você, de onde vem e o que você faz?


Sou repórter da rádio Gaúcha. Nisso, se incumbe duas máximas: a melhor profissão, na minha opinião; e na melhor emissora, o que é devidamente constatado ano após ano. Nasci em Estrela, no Vale do Taquari. Por ali, por ser filho de policial, tive uma vida meio nômade: morei em Lajeado, Encantado, Arroio do Meio e Arroio do Ouro. Com 17 anos, consegui uma bolsa em Direito em Porto Alegre. Vim sozinho, com mala e sem cuia, para a Capital. Cursei Direito até o quinto semestre, mais ou menos. Depois de dez anos morando aqui, me sinto porto-alegrense. Sou formado em Jornalismo pela Famecos, na PUC. Mas com um diferencial: fui aluno do Marques Leonam. Me perdoem os que não tiveram esta oportunidade, mas quem foi ensinado por este professor deve incluir isto no currículo.

  1. Quando descobriu que queria trabalhar com Jornalismo?


Na minha curta carreira de quase jurista, entre idas e vindas corridas dos tribunais, comarcas e câmaras, no Centro de Porto Alegre, carregando umas cinco vidas em formatos processuais em cada braço, tornou-se sagrado o café na casa de Henrique Lammel, amigo estrelense e jornalista que morava perto destas jurisdições. O papo era sempre reportagem, debates políticos e o que estava rolando, tanto no outro lado da rua quanto do mundo. Sempre gostei de ler e me informar. Quando morava com meu pai, a Gaúcha estava sempre reverberando no radinho, que transitava entre os cômodos da casa. Começou a ficar latente a vontade de ser repórter. Foi num Réveillon, inclusive na residência do Henrique, que falei: vou ser jornalista. Larguei o Direito e me dediquei ao Jornalismo. A meta foi alcançada.

  1. O que representa para sua trajetória profissional participar do treinamento do Exército Brasileiro?


A oportunidade é um grande preparo para a cobertura jornalística. Todo ano a capacitação é aprimorada, num compartilhamento de informações do que pode ser melhorado entre jornalistas e militares. Quando tocamos no assunto, pensamos nas Primeira e Segunda Guerras Mundiais, na do Golfo, em tanques, aviões e bombas. A todo momento está rolando um conflito no mundo. E mais, a qualquer momento um novo evento pode acontecer. A informação sobre o que acontece é de extrema importância para a população e para a história - sendo que esta última é, e deve ser, a tarefa do jornalista. Neste sentido, ter este preparo para cobrir manifestações e conflitos diversos vai me ajudar a planejar como levar a melhor e mais precisa informação ao público. Além disso, tive a oportunidade de conviver e aprender sobre reportagem, durante uma semana, com grandes jornalistas de todo o Brasil.
 

  1. Quais são os aprendizados que você mais destaca desta oportunidade?


Foi uma grande experiência. Conheci um Exército feito por pessoas que agem muito mais com a emoção do que com a razão. O objetivo de servir, hoje, é muito diferente daquilo que vemos nos livros de História. Todo treinamento foi feito com um extremo profissionalismo por parte dos militares. Tudo que nos passavam foi pensado e executado da melhor maneira possível. Conhecer o modo estratégico que eles usam para adentrar em ambientes de conflito, por exemplo, é algo muito importante para a cobertura jornalística. Em casos em que envolve perigo e risco de vida, planejar como atuar pode fazer toda a diferença. Ainda, aprendemos primeiros-socorros e tivemos uma experiência emocionante dentro de uma câmara com 90% de pureza de gás lacrimogêneo.

  1. Quais são os seus planos para os próximos cinco anos?


Com a velocidade do mundo, difícil prever. Há alguns dias, vi um vídeo do Carlos Wagner. Nele, falava sobre quando um repórter norte-americano, no meio de uma pauta com ele, falou que viu "muita gente virar repórter, mas nunca um repórter virar gente". Quero continuar na reportagem, me aperfeiçoando e contribuindo para o interesse público.

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