Cinco perguntas para Paulo Serpa Antunes

Jornalista deixou a equipe do Jornal do Comércio após quase 10 anos

Paulo Serpa - Divulgação

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Me formei em Jornalismo em 2000, e, desde 1994, estou conectado na internet, sempre produzindo conteúdo. Fiz Fabico e, depois, especialização em Jornalismo Digital e mestrado na Famecos. Também atuo na diretoria da Associação Riograndense de Imprensa (ARI). Costumo brincar que sou o mais velho da entidade, afinal, estou há 24 anos lidando com Jornalismo na internet! Passei os últimos nove anos tocando o site do Jornal do Comércio, coordenando uma equipe ótima de sete jornalistas e um webdesigner. Agora, estou de volta ao mercado, também curioso para saber qual será o meu próximo passo.

2 - Como e por que escolheu ser jornalista?

Quando criança, influenciado pelo meu pai, fiz um jornalzinho com os colegas da escola sobre meio ambiente. Pré-adolescente, passei a andar com uma turma que produzia histórias em quadrinhos e aprendi a fazer fanzines. Não sei nada de meio ambiente e descobri que nem gosto de gibi tanto assim. Mas me encantei pelo trabalho de edição e isto acabou me levando a cursar Jornalismo.

3 - O que o fez atuar com jornalismo digital?

Fiz o segundo grau técnico em processamento de dados na antiga Escola Técnica da Ufrgs. Com alguma dificuldade, porque percebi que não sou muito bom nas Ciências Exatas. Decidi ir para as Humanas. No dia da matrícula da Fabico, a professora Maria Isabel Timm, a Beta, me reconheceu na fila e disse que tinha vaga pra um estagiário que fosse bom em informática. Lembro os meus colegas me olhando com os olhos arregalados - eu nem era aluno de Comunicação e já tinha uma oferta de estágio! Aquele convite da Beta direcionou a minha carreira: me levou a acessar a internet antes de quase todo mundo e, de lá, direto para ser um dos primeiros programadores do site do jornal Zero Hora. Não parei mais.

4 - Como avalia esse novo momento profissional?

É um momento dificílimo para o Jornalismo. Sei que meus colegas com mais idade lembram de outras crises na profissão, mas esta é diferente. É maior: é crise econômica, tecnológica e de credibilidade, tudo ao mesmo tempo. Eu acredito que posso contribuir muito ainda para redações ampliarem suas audiências e encontrarem seu ponto de equilíbrio financeiro. Mas não estou preso a esta ideia. A área de Comunicação é ampla e há muitas possibilidades.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Profissionalmente, confesso que não sei. Mas como eleitor vejo com muita preocupação que algumas conquistas da sociedade que tínhamos como sedimentadas estão sob ameaça. Democracia, liberdade de imprensa, garantia de liberdades individuais. São coisas que estão me levando a ir para rua e a me posicionar nas redes sociais. E acredito que seguirei fazendo isto no ano que vem e em 2020, 2022... Então, a resposta é que, em cinco anos, estarei exercendo a minha cidadania de forma ativa, buscando transformar o mundo, seja no jornalismo ou fora dele.

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