Consultor da Abap faz leitura do cenário político e sua influência na publicidade

Escândalos em Brasília devem acelerar necessidade de mudança na legislação das licitações

Duas dezenas de diretores das principais agências gaúchas participaram hoje ao meio-dia de uma palestra informal com o jornalista e publicitário Ronald Carvalho. Consultor parlamentar da Abap (Associação das Agências de Publicidade) em Brasília, ele veio falar sobre o atual quadro das licitações de serviços publicitários e o momento político vivido hoje no país. Ronald disse não ter dúvidas de que, depois de tudo o que está acontecendo em Brasília, com suas crises e CPIs, a médio prazo o processo licitatório na área pública vai mudar. "Uma revisão profunda é necessária nos critérios seletivos da lei 8666, pois há um consenso de que é impossível tratar da mesma forma a licitação de uma ponte e a contratação de uma agência de propaganda", disse ele.


Quem estava presente no restaurante Chez Philippe, aí incluídos o presidente regional da Abap, Diki Shertel, e o coordenador de Publicidade do Governo do Estado, Alexandre Pradier, saiu ganhando em relação ao nível de informações. A partir de uma longa vivência junto aos poderes em Brasília, o consultor da Abap traçou vários cenários sobre o que pode acontecer na vida política do país. Detalhou as dificuldades políticas do governo federal e os cenários que podem ser traçados para o futuro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - desde os movimentos por seu impeachment até uma eventual renúnci.a E revelou que está sendo articulada a criação de uma Frente Parlamentar da Indústria da Comunicação, cuja primeira tarefa será apresentar uma alternativa à legislação das licitações. A idéia envolve a redação do anteprojeto de uma lei voltada especificamente para concorrências no setor de prestação de serviços.


A partir da leitura das crises que envolveram agências e pessoas como o empresário Marcos Valério e o marqueteiro Duda Mendonça, Ronald disse entender que a tendência é a não-renovação de contratos que estão vencendo. Por isto, ele acredita que "nos próximos meses teremos uma enxurrada de novas licitações, mas ainda dentro das regras atuais". Isto significa, segundo ele mesmo acrescentou, que as grandes agências do centro do país continuarão dominando a cena - e empresas de estados como o Rio Grande do Sul continuarão alijadas do processo.

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