A Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) lançou na última sexta-feira, 27, um edital público com o objetivo de expandir parcerias para a transmissão simultânea da programação da TV Brasil na região sul. O edital convida empresas ou instituições públicas com serviços de radiodifusão nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para fazer parte da Rede Nacional de Comunicação Pública/Televisão (RNCP/TV).
Ao mesmo tempo em que procura parceiros para retransmitir sua programação na Região Sul, a EBC não concretiza sua instalação em Porto Alegre. A entidade comprou o prédio onde hoje está instalada a TVE no final de 2009, para instalar sua gerência regional. Em função disto, a emissora do governo do Estado recebeu o prazo até o dia 31 de março para deixar o local. Em janeiro deste ano, porém, a governadora Yeda Crusius recebeu da presidente da EBC, Teresa Curvinel, um ofício com a oferta para que a TVE permanecesse no local sem custo e sem obrigação de transmitir a programação da TV Brasil. A intenção da entidade era utilizar somente parte do prédio.
Segundo o presidente da Fundação Cultural Piratini, Ricardo Azeredo, nada neste sentido aconteceu. Na época, foi definido que se instalaria uma comissão para verificar as possibilidades de parceria entre as TVs. Como nada ocorreu, após o dia 31 de março, prazo em que a TVE deveria deixar o local, a direção da emissora procurou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), a quem pertencia o prédio, para saber como deveria proceder com o pagamento do aluguel. A resposta foi: "Por via das dúvidas, continuem pagando para nós", disse Azeredo a Coletiva.net. Segundo ele, até hoje, nenhum outro contato de parte da EBC foi feito. "Não sabemos quem é nosso senhorio", disse.
Azeredo acrescentou que a TVE irá analisar o edital da EBC com a oferta de parceria. Em meados do ano passado, quando se iniciaram as tratativas para a vinda da TV Brasil, da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), para o Rio Grande do Sul, a estatal federal começou a estudar a possibilidade de formar parceria com a TVE do Estado. Foi oferecido um repasse de R$ 500 mil à emissora gaúcha para a produção de conteúdo jornalístico, além de programas que seriam incluídos na grade nacional da emissora federal, e a possibilidade de migrar para o sistema digital com a tecnologia da TV Brasil. A proposta foi recusada, com base na parceria já existente com a TV Cultura, de São Paulo. A negativa foi vista pela EBC como manobra política.
O gerente para a Região Sul da EBC, Luís Henrique dos Anjos, informou que, no fechamento do negócio entre a EBC e o INSS, foi pago 10% do valor. Atualmente, a entidade aguarda a liberação dos 90% restantes para efetivar o negócio. A previsão, segundo dos Anjos, é de que o pagamento ocorra até o final do ano. A assessoria de imprensa do INSS informou que o acordo firmado prevê que a TVE continue pagando aluguel de R$ 24.705,60 para a entidade até o pagamento total da dívida pela EBC. "O convite para a TVE continuar no prédio continua de pé, mas só valerá quando a EBC concretizar a aquisição do prédio", explicou dos Anjos. O prédio foi adquirido por R$ 4,7 milhões.
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