Os sindicatos das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Rio Grande do Sul e das Empresas de Radiodifusão no Estado oficializaram, na tarde desta quarta-feira, 6, a proposta do acordo coletivo para vigência a partir de 1º de junho de 2008. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, por sua vez, está convocando a categoria para avaliar o conteúdo do acordo em Assembléia Geral marcada para a quinta-feira, 14, às 19h30. 

Os representantes patronais propõem um reajuste de 6,64% - INPC de um ano, mais um aumento real de 1% para o piso na Capital e de 2% para o Interior. Com isso, os pisos ficariam em R$ 1.314,00 e R$ 1.087,73, respectivamente. A proposta é inferior aos índices pedidos pelo Sindicato dos Jornalistas, que solicitava um piso único de R$ 1.600,00, o que, no entendimento dos diretores, é um retrocesso se for comparado com o crescimento das empresas. Para os trabalhadores que ganham até R$ 4.660,00, aplica-se o índice de 6,64%, enquanto sobre os vencimentos superiores a R$ 4.660,01 será aplicado o valor fixo de R$ 171,32.

Além da diferença dos índices, a entidade questiona a inclusão de uma cláusula na proposta que se refere a um acordo compensatório de horas de trabalho. De acordo com o texto, as partes acertam que, havendo interesse da empresa e dos jornalistas, por sua maioria, com a presença do sindicato, poderá ser ajustado acordo coletivo de trabalho sobre compensação de horário. A direção do sindicato afirmou, em nota, que sempre esteve aberta a negociações em separado, já tendo realizado acordos com várias empresas. 

Para o Sindicato dos Jornalistas, a inclusão da cláusula beneficia somente os grupos empresariais, "que têm total controle sobre seus funcionários. A entidade entende que isso torna difícil qualquer cobrança de horas-extras. Além disso, representa o fim do pagamento do horário adicional de trabalho em empresas que hoje efetuam o pagamento conforme estabelece a legislação trabalhista".

A reunião de negociação contou com a presença do presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul, José Maria Rodrigues Nunes, e do segundo vice-presidente, Jorge Correa. Pela classe patronal, participaram André Luis Jungblut, do Grupo Gazeta, Ary dos Santos, do Grupo RBS, Frederico Gusmão, do Grupo Editorial Sinos, Eduardo Guedes e Patrícia Baldasso, do Grupo Record, Edgar Martinez, da Rede Pampa, e Virgínia Fetter, do Diário Popular.