Fala, mercado!

Para Eduardo Axelrud, há crise também na criatividade

Eduardo Axelrud | Crédito: Glauco Arnt
Não só os negócios, uma crise afeta também a criatividade. A reflexão é do publicitário Eduardo Axelrud, ao falar ao Coletiva.net, durante a Semana ARP da Comunicação, evento que neste ano traz o tema ?Criative-se?. O senso de urgência, a ausência de ousadia e o orçamento reduzido, acredita ele, afetam fortemente a qualidade das ideias. "Hoje em dia, tudo ao que se quer é que seja barato, que seja rápido e não muito ousado, ou seja, que não corra riscos. Com isso, quem morre é a criatividade", enfatizou. Nesse cenário, é difícil inventar. "A gente acaba envolvido nessa correria e gera ideias que muitas vezes resolvem, que vão pro ar na sequência, mas que não têm aquela riqueza de criatividade como se tinha antes", explica.
Para ele, a criatividade deve estar em lugares aos quais se não estava acostumado. "Talvez, ela esteja mais em onde tu vai colocar a tua mensagem do que na forma, no como colocar a mensagem. Estão pipocando novas maneiras das marcas se comunicarem, aparecerem, não nos velhos modelos, veículos e formatos. Cada vez mais, se exige criatividade na forma e não só em conteúdo", considera.
Longe do ambiente das agências desde julho, quando deixou a vice-presidência de Criação da Competence, Axel está envolvido em projetos de consultoria de marca, planejamento e posicionamento, marketing de experiência e até um portal para internet. "Me desvinculei do universo das agências e agora gosto de dizer que sou CEO de mim mesmo. Venho trabalhando com uma série de coisas diferentes, abrindo novas frentes e escolhendo qual ou quais deles serão a trilha final. É bem diferente do que eu sempre fiz e está muito bom", finalizou.

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